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    Programa do SBT defende ‘campo de concentração’, público reage e emissora suspende apresentador

    Nesta semana, o público que acompanha a programação do SBT, emissora que disputa o segundo lugar com a Record, foi surpreendido ao ver o telejornal “Primeiro Impacto” defendendo que sejam criados “campos de concentração” para as pessoas contaminadas com o novo coronavírus.

    Durante o programa, o apresentador sugeriu: “Não seria interessante que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica montassem um campo de concentração, de cuidados, com equipamentos mais sofisticados, com os melhores profissionais e colocar essas pessoas com problemas?”. Confira trecho do vídeo abaixo:

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    Mas afinal, qual o problema com o termo “campo de concentração“? Infelizmente, ainda há no Brasil muitas pessoas que não tem acesso à educação e podem não conhecer um pouco da história mundial e não saber o que é um campo de concentração.

    Historicamente, os campos de concentração surgiram como construções militares com finalidade de manter prisioneiros políticos ou de guerra. São anteriores à Segunda Guerra Mundial, e se resumiam como locais em que prisioneiros tinham de realizar trabalhos forçados, eram tratados com violência e em condições precárias.

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    Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas fizeram com que o termo “campos de concentração” representasse a sentença de morte para milhares de pessoas. Os campos de concentração foram ressignificados e hoje é o que “melhor” simboliza todo o terror do Holocausto e do nazismo.

    Ao longo do conflito, os campos de concentração passaram a se destacar através do processo de “mecanização da morte“. Aqueles que eram enviados para estes campos passaram a ser mortos por meio de câmaras de gás. Após a morte por asfixia, os corpos eram incinerados.

    De tal forma, é lamentável e questionável que uma concessão pública leve ao ar o pedido para a construção de campos de concentração. Falta ao apresentador conhecimento de mundo e de história. O SBT tem como grande nome o seu principal apresentador e proprietário: Silvio Santos, que é judeu. Os judeus foram um dos povos que mais morreram em campos de concentração no último século.

    A emissora

    Diante da repercussão extremamente negativa, o SBT emitiu nota comunicando o afastamento do apresentador que defendeu a criação dos campos de concentração. Veja a íntegra da nota abaixo:

    Ontem, durante a exibição do programa jornalístico Primeiro Impacto, o apresentador Marcos Paulo Ribeiro de Morais, popularmente conhecido como Marcão do Povo, se utilizou do espaço em nosso jornal para expressar uma opinião de cunho pessoal que dizia respeito ao tema tão delicado que o mundo e nosso país atravessam: a COVID-19.

    Gostaríamos de esclarecer ao público, às autoridades, àqueles que estão na linha de frente ao combate incessante da pandemia e, em especial, às pessoas vitimadas, que de forma alguma a opinião expressada pelo apresentador reflete o pensamento, a atitude e o respeito que a emissora tem pelo momento atual. Temos total consciência da relevância do assunto e temos, a todo momento, nos preocupado em informar e esclarecer de forma isenta e imparcial os acontecimentos e as providências que as autoridades e todos brasileiros estão adotando para vencermos essa enorme crise de saúde já presente, e a econômica que se avizinha.

    Desta forma, sinceramente lamentamos que o apresentador tenha usado nossa plataforma de modo que contraria tão profundamente os nossos princípios. A todos que de alguma forma possam ter se ofendido ou mesmo se indignado com as opiniões pessoais do apresentador, nossas mais sinceras desculpas.

    Nossos profissionais de Jornalismo seguirão na dura missão de bem informar, sempre preocupados com o bem estar de todos os brasileiros.

    O apresentador foi suspenso de suas funções.

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