A disputa entre a Disney e a operadora americana DIRECTV segue sem previsão de uma solução. Após retirar do ar nos Estados Unidos a ESPN, ABC e outros canais de propriedade do grupo Disney, a operadora está sendo acusada de “deturpar os fatos” sobre o caso. O impasse já dura quatro dias.
“A DirecTV continua a deturpar os fatos em torno de nossas negociações em andamento”, declarou a Disney em um comunicado de Dana Walden e Alan Bergman, co-presidentes da Disney Entertainment, e Jimmy Pitaro, presidente da ESPN. “A nossa prioridade é chegar a um acordo que atenda às necessidades da DirecTV e de seus clientes, ao mesmo tempo em que reconhecemos o valor do nosso conteúdo de alta qualidade e o significativo investimento necessário para criá-lo e adquiri-lo. Acreditamos que há um caminho para um acordo justo e flexível que equilibre essas questões críticas e funcione para todos, especialmente para o consumidor.”
O que aconteceu?
A operadora de TV por assinatura DIRECTV, dos EUA, retirou de sua programação no último domingo, 1 de setembro, diversos canais do grupo Disney, como ABC e ESPN. A decisão da operadora aconteceu após as empresas não alcançarem um acordo de distribuição, levando à interrupção brusca dos sinais para um universo de mais de 11 milhões de assinantes, seja por satélite ou pelo serviço de streaming DIRECTV Stream.
No ano passado, a Disney enfrentou um problema parecido quando, durante 10 dias, viu seus canais serem retirados da operadora Charter, Spectrum. Após o impasse, ambas chegaram a um acordo que incluiu o Disney+.
A DIRECTV tem defendido publicamente pacotes “enxutos” e afirma ter sugerido diversas opções — incluindo um só focado em esportes — à Disney, sem sucesso. A Disney, por sua vez, afirma que a operadora, apesar de suas declarações, não “se envolveu de maneira significativa” com nenhuma proposta para pacotes de canais mais baratos. Um porta-voz da Disney diz que a empresa apresentou uma oferta focada em esportes, incluindo ABC e as redes ESPN, bem como uma oferta baseada em entretenimento.
O porta-voz da Disney também deixou claro que a empresa está pedindo valores em linha com o mercado, “e que refetem o valor do conteúdo da Disney.”