O SBT apostou suas fichas na novela “A Infância de Romeu e Julieta” com uma ampla divulgação. Apesar disso, o tiro saiu pela culatra nos índices de audiência. A trama de Iris Abravanel fica entre 4 a 5 pontos de média. Abaixo até mesmo da antecessora “Poliana Moça”.
Algumas razões podem ser citadas para compreender o fenômeno. A emissora da Anhanguera postergou a entrada da novela na grade de programação. Ao invés de começar às 20h30 e, desse modo, capturar o zapping com o término de “Vai na Fé”, o canal inicia a trama por volta das 21 horas. Além disso, joga o “SBT Brasil” de frente com o poderoso “Jornal Nacional”. Erro de estratégia.
Miguel Angelo, evidentemente, é um menino ainda em processo de formação. O desafio de ser protagonista é gigantesco. A direção da novela deverá ter um olhar mais cuidadoso e paciente com o ator mirim. Em diversos momentos, ele parece que está lendo o texto, o que traz um entrave na relação com o público.
Outro ponto a ser destacado é o texto embolado de Iris Abravanel e colaboradores. Os capítulos, basicamente, exploram a dicotomia entre os moradores do Lado Vila e do Lado Torre. Os diálogos dos personagens insistem nesse ponto à exaustão, o que provoca um empobrecimento na trama como um todo. Falta agilidade na história. Fica maçante.
Do elenco, há dois pontos positivos, até aqui. Karen Hills, que interpreta Glaucia, tia de Romeu, sobressai com seu estilo reverberante. Já Lucas Salles, que vive Bassânio, chama a atenção por encarnar o personagem mais carismático da trama.
Iris Abravanel e equipe já demonstraram perda de fôlego durante a novela “As Aventuras de Poliana” e na continuação “Poliana Moça”. “A Infância de Romeu e Julieta” já inicia sem pique. O texto precisa ser mais ágil e direto.
Com o desempenho das obras anteriores, a emissora poderia ter apostado no retorno dos remakes das novelas da Televisa, especialmente “Chispita” ou até mesmo “Patinho Feio” que, segundo a imprensa especializada, seria liderada por Larissa Manoela.
Fabio Maksymczuk