Nesta quinta-feira, a coluna 10 ou Desce se divide entre a excelência da dramaturgia no horário nobre e a confusão estratégica que assombra a programação do SBT nas noites de segunda-feira. De um lado, o brilho de Grazi Massafera em uma nova novela; do outro, o drama de quem precisa esperar o fim do Ratinho para curtir o The Voice Brasil.
Nota 10: Três Graças e a Vilã de Grazi Massafera
A nota máxima vai para a nova novela das nove da Globo, Três Graças. Mesmo em sua semana de estreia, a produção já demonstrou um texto afiado, com tramas bem delineadas e uma direção impecável, sob a batuta de Luiz Henrique Rios. O folhetim, que traz a assinatura de Aguinaldo Silva, Virgílio Silva e Zé Dassilva, se propõe a abordar temas sociais com a dose certa de drama e mistério.
O grande destaque, no entanto, é o desempenho de Grazi Massafera como a vilã Arminda Melo Dantas, a “Dona Cobra”. Longe dos estereótipos, Grazi entrega uma atuação cheia de nuances, construindo uma antagonista complexa. Sua Arminda é debochada e irônica quando está no controle, mas se torna dura e fria quando a situação exige. Essa variação na fala e na expressão corporal a coloca em um patamar de vilã digna do horário nobre, garantindo que o público terá um bom motivo para odiá-la – e amá-la.
Com um elenco estelar que inclui Sophie Charlotte, Dira Paes e Murilo Benício, Três Graças se consolida como um produto de alta qualidade técnica e artística, honrando a principal faixa da teledramaturgia brasileira.
Nota Zero: O Descompasso do SBT nas Segundas
A nota zero vai, mais uma vez, para o SBT, especificamente pela forma como a emissora tem conduzido a faixa nobre das segundas-feiras. O novo e aclamado The Voice Brasil tem sido refém de um descompasso de programação que irrita o público.
O problema é a transição entre o Programa do Ratinho e o reality musical. O SBT tem atrasado o término do programa de auditório, forçando o público do The Voice a aturar quadros e o alongamento de uma atração que não dialoga com o público-alvo do reality. São públicos diferentes e, ao forçar essa convivência, o SBT corre um risco perigoso: cansar e afastar o espectador do The Voice.
Não é por acaso que a reprise do The Voice Brasil aos sábados, por volta das 18h, tem apresentado índices de audiência surpreendentemente bons, chegando a ser equiparada à audiência do inédito de segunda-feira em alguns momentos. Isso é um sinal claro de que o público está buscando o reality em um horário mais cômodo e sem a “dobradinha” forçada.
Entendemos a estratégia de esticar o horário para “esperar a novela da Globo terminar”, mas o SBT tem feito o público esperar demais. Essa tática de segurar a atração pode cobrar um preço alto a longo prazo, angustiando o público fiel do reality e desperdiçando o investimento em um produto de qualidade que deveria ser um dos maiores acertos da emissora.
Qual a sua opinião? Você também se incomoda com o atraso do The Voice no SBT?
