De suas casas, diretores e diretoras das periferias da cidade de São Paulo retratam o isolamento social causado pela pandemia da Covid-19, na nova série documental exclusiva do Globoplay que chega nesta segunda-feira (28). “40m²” é o título do projeto – e também a metragem média destes lares.
O documentário é formado pelo olhar de 200 realizadores de curtas-metragens das “quebradas” da cidade. Foram produzidos 71 filmes de ficção, 62 documentários, 51 de gênero híbrido, experimental ou videoarte, 9 animações e 6 videoclipes que foram compilados pelas roteiristas e montadoras Tatiana Lohmann, Jéssica Queiroz e Samya Carvalho, dando origem ao “40m²”.
“Costurar curtas absolutamente diversos entre si, em termos de escolhas estéticas, de gênero cinematográfico, de textura, de apuro técnico, de narrativa e linguagem foi o maior desafio. Mas, ao mesmo tempo, foi a riqueza desse projeto: abrir espaço para que essa multiplicidade criativa toda se apresente, com seus contrastes e pontos em comum”, explica Tatiana Lohmann.
São quatro episódios temáticos. O primeiro, “Vidas Negras importam. Pra quem?”, discute as questões raciais, transexualidade, violência policial e pobreza. O segundo, “Em Casa Dentro de Mim”, aborda o medo das pessoas que tiveram de sair para trabalhar e garantir o sustento, a falta de acesso ao auxílio emergencial, violência doméstica, evasão escolar e o sofrimento de ficar preso em 40 m².
O terceiro episódio, “Falta de Ar”, retrata a ansiedade, o pânico, o suicídio e a saúde mental durante o confinamento. Por último, “Olhando para Além da Janela” traz um sopro de esperança com imaginário de futuro pós-pandemia a partir do olhar das crianças, da espiritualidade e do amor.
A obra é idealizada e produzida pelo Instituto Criar, ONG que há 17 anos profissionaliza jovens em situação de vulnerabilidade social em profissões técnicas da TV e do cinema. “40m²” estreia dia 28 de dezembro no Globoplay.