Polêmica: Venda da HBO Max vira debate sobre segurança nacional

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O embate pela aquisição da Warner Bros. Discovery (WBD) acaba de ganhar um capítulo político explosivo. O que parecia ser apenas uma guerra de lances entre a Netflix e a Paramount Skydance agora se transformou em um debate acalorado sobre segurança nacional e influência estrangeira. A polêmica reside no financiamento por trás da oferta hostil de US$ 108,4 bilhões da Paramount, liderada por David Ellison, que traz consigo um risco inaceitável para o futuro da mídia americana.

Dois influentes congressistas democratas, Sam Liccardo e Ayanna Pressley, não hesitaram em exigir que o conselho da WBD submeta a proposta da Paramount ao Comitê de Investimento Estrangeiro nos EUA (CFIUS). O motivo é direto: a oferta é massivamente bancada por fundos soberanos da Arábia Saudita, Catar e Abu Dhabi. Nas palavras dos parlamentares, permitir que investidores estrangeiros, ligados a governos autocráticos, obtenham “influência substancial” sobre uma das maiores empresas de mídia do país é irresponsável e perigoso.

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O cerne da crítica não é apenas econômico, mas ético e político. Os congressistas citam abertamente o Fundo de Investimento Público Saudita (PIF), controlado pelo Príncipe Herdeiro Mohammed bin Salman, pessoa que as agências de inteligência dos EUA implicaram diretamente no brutal assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. Conceder a um governo que suprime a dissidência acesso potencial para influenciar o ecossistema de notícias e entretenimento dos EUA, que inclui a CNN e o vasto acervo da Warner, é uma ironia sombria e uma ameaça à independência editorial.

A situação se complica ainda mais com o envolvimento de Jared Kushner, genro de Donald Trump, cujo fundo Affinity Partners também está investindo na oferta da Paramount. Embora a Paramount afirme que os fundos árabes e Kushner não terão direitos de governança, evitando tecnicamente a revisão do CFIUS, os congressistas argumentam que a lei define “controle” de forma ampla, e a simples possibilidade de acesso a “dados pessoais sensíveis” de milhões de americanos — incluindo históricos de visualização e dados financeiros — já justifica o escrutínio.

Para os acionistas da WBD, a proposta da Paramount (de US$ 30 por ação) pode parecer financeiramente mais atraente que o acordo de US$ 83,7 bilhões da Netflix, mas esconde riscos regulatórios e reputacionais enormes. Os congressistas alertam que um futuro governo ou Congresso de maioria democrata poderá reverter decisões da atual administração e forçar a “venda de ativos”, o que destruiria a lógica estratégica da fusão.

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Em última análise, o que está em jogo não é apenas um negócio bilionário. É a integridade da informação e da cultura americana. O conselho da WBD tem a responsabilidade não apenas fiduciária, mas cívica, de garantir que o legado da Warner Bros. não seja vendido a preços altos em troca de uma influência estrangeira que contraria os valores de liberdade de imprensa e segurança de dados do país. Uma revisão completa do CFIUS não é um pedido, é uma necessidade urgente.

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Fonte:Variety
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