Olá, internautas
Um dos mais tradicionais programas dominicais das manhãs da TV Globo, “Pequenas Empresas & Grandes Negócios” entrou em uma nova fase. A atração dos micro e pequenos empreendedores agora é comandada por Pedro Lins.
O apresentador se encaixa na nova política do Grupo Globo que adentrou a diversidade em sua grade de programação. Negro e nordestino, ele, além de apresentar, também produz reportagens.
Neste domingo (09/06), por exemplo, o jornalista, in loco, conheceu a história de Claudia e Naldo, casados há 25 anos e donos de uma floricultura em João Pessoa, na Paraíba. Lins também conferiu, de perto, a produção de ostras em Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte, que enfrentava escassez do produto por conta da exploração desenfreada. Metade do programa foi dedicado a matérias produzidas na região nordeste.
A outra metade foi composta por matérias curtas e com uma linguagem jovem. “Chuva de likes” até apareceu no texto em off. O gerador de caracteres também aposta em um visual mais juvenil. Nos primeiros minutos da atração, ganhou destaque a história do casal Alana, uma ex-manicure, e Francisco, marceneiro, empreendedores que criaram uma mesa de trabalho portátil que ajuda, principalmente, manicures a se deslocarem para atender clientes.
O programa sofreu uma mudança brusca na linha editorial. Nitidamente, a atração busca dialogar com jovens de 18 a 29 anos. O próprio novo apresentador estampa esse rosto mais jovem. Será que o telespectador que está à frente da TV às 7h30 em um domingo é esse público?
Durante décadas, “Pequenas Empresas & Grandes Negócios” apresentou um perfil mais sóbrio. É uma mudança brusca que pode assustar o telespectador mais tradicional. A própria hashtag entra na proposta #PEGNnaGlô Ao mesmo tempo, Lins, que incorpora essa aura jovem, poderia adotar uma postura com mais naturalidade na locução das reportagens. Tom de voz menos empostada.
“Pequenas Empresas & Grandes Negócios” acertou em expandir as pautas das reportagens além do eixo Rio-São Paulo, mas também não pode ficar concentrada no Nordeste. As regiões Norte, Sul e Centro-Oeste também precisam entrar na atração.
A transição de um modelo para o outro deveria ter sido mais gradual com acompanhamento da reação do público.
Fabio Maksymczuk