Já não é novidade que a TV paga tradicional está em queda livre no número de assinantes no Brasil. Mas, a partir de 2024, e pela primeira vez, o cenário mundial será também de queda. É o que diz pesquisa do instituto Ampere Analysis que acaba de ser divulgado.
Segundo a pesquisa, até 2028 a penetração global da TV por assinatura terá caído quase quatro pontos percentuais. E embora a América do Norte e a América Latina estejam impulsionando essa mudança, a Ampere Analysis prevê que todas as regiões terão declínio na penetração da TV por assinatura até 2025.
Na América do Norte, por exemplo, a penetração da TV por assinatura caiu quase pela metade, saindo de um pico de 84% em 2009 para 45% em 2023, atribuído pela Ampere Analysis a uma combinação de altos custos e competição no mercado SVoD (vídeo on demand), que é forte nesta região.
Já a América Latina também vem registrando uma queda expressiva desde 2016, principalmente no Brasil, que registrou uma queda de cerca de 10 pontos percentuais desde sua penetração máxima – 42% – em 2016.
Ásia-Pacífico e Europa tiveram o maior crescimento de penetração nos últimos anos, com grandes ganhos na China Mobile, que adquiriu uma licença de IPTV em 2018. Esse crescimento foi impulsionado por serviços de IPTV de baixo custo, muitas vezes incluídos em pacotes de banda larga a um custo menor. Embora essas regiões também entrem em declínio após 2025, ainda existem alguns mercados em crescimento, como Portugal, Sérvia e Hungria, que devem registrar mais crescimento.
Rory Gooderick, analista sênior da Ampere Analysis, comentou: “O crescimento na adoção global da TV por assinatura nos últimos cinco anos foi impulsionado pelas regiões da Ásia-Pacífico e pela Europa Central e Oriental. No entanto, declínios provenientes das Américas, impulsionados pela concorrência de streaming e pelo alto preço da TV por assinatura na América do Norte, atualmente acima de US$ 90 por mês, contribuirão para a queda global na penetração da TV por assinatura pela primeira vez em 2024.”
“No entanto, apesar da projeção de queda na abrangência dos produtos de TV por assinatura, as plataformas de cabo e satélite permanecerão uma força poderosa no mundo da TV e importantes parceiras de distribuição para produtos de streaming, como evidenciado pelo recente acordo de distribuição entre a Disney e a Charter nos EUA, que incluiu determinados serviços de streaming da Disney nos pacotes de TV”, concluiu Gooderick.