Olá, internautas
Nesta sexta-feira (28/03), “Mania de Você” chegou ao fim. A produção da TV Globo termina com saldo negativo. A obra de João Emanuel Carneiro, em nenhum momento, transpareceu a imagem de ser uma novela das nove. O elenco, carente dos “medalhões” da faixa horária, trouxe muitos atores e atrizes desconhecidos e sem elo afetivo com o público. O quarteto de protagonistas jovens não provocou uma identificação com o telespectador mais velho que é predominante na TV aberta.
A atriz Gabz, que foi escalada para viver Viola, desenvolveu um bom trabalho diante do seu quadro de inexperiência em telenovelas. Na realidade, a TV Globo deveria construir um plano de carreira para os novos talentos. Faixa das nove não é para fazer experiências em papéis principais. Protagonista de uma novela das nove deveria passar pela “escada” das novelas das seis e sete como coadjuvante, núcleo central, até chegar à faixa mais nobre da TV brasileira. Isso não foi visto com a própria Gabz, Jade Picon e até mesmo com Barbara Reis.
“Mania de Você” termina como um projeto equivocado. Poderia ter funcionado como uma produção da marca Globoplay sendo exibida na TV Globo como novela das dez (ou onze). O mesmo caminho de “Todas as Flores”. Uma obra mais enxuta. Com menos capítulos. Focada na história principal com o núcleo “Parasita”. Para esticar a trama, criou-se um emaranhado de histórias paralelas que apenas serviu para esticar e preencher os 173 capítulos com pouco vigor.
Para piorar a situação, João Emanuel Carneiro e equipe se perderam no “novelo”. Desfechos incoerentes e desenvolvimento ruim dos núcleos. Até mesmo na reta final, o personagem Mavi, vivido por Chay Suede, perdeu o rumo.
A seguir, o nosso tradicional balanço com os pontos positivos e negativos.
PONTOS POSITIVOS
Chay Suede (Mavi): o ator foi o maior destaque de “Mania de Você”. Desde o primeiro capítulo, Chay demonstrou competência ao viver o filho criado sem o carinho da mãe. Humanizou o teórico “vilão” da novela. Não perdeu fôlego. Excelente do início ao fim.
Agatha Moreira (Luma): a atriz também aparece como destaque da novela das nove da TV Globo. Encarou as incoerências da personagem com uma boa interpretação. O roteiro poderia ter apostado mais em Luma como a “mocinha” da trama. Isso somente aconteceu na reta final.
Igor Cosso (Gael): o ator aproveitou a oportunidade e se destacou na produção ao viver Gael, um dos poucos personagens masculinos que não exalava toxicidade. Na realidade, foi um dos raros mocinhos legítimos da história.
Lucas Wickhaus (Iarley): o ator despontou como uma boa revelação no elenco. Como citado acima no texto, é importante a TV Globo construir um plano de carreira para o seu crescimento profissional consistente.
PONTOS NEGATIVOS
Nicolas Prattes (Rudá): é a segunda novela consecutiva protagonizada por Prattes que entra no rol de fracassos da teledramaturgia do canal platinado (Fuzuê e Mania de Você). Além do personagem mal construído, o ator não superou o desafio de protagonizar a novela das nove. Para piorar a situação, a postagem “Livre Estou”, após a morte de Rudá, em seu perfil no Instagram, “pegou mal”, especialmente com a produção da novela. Desnecessário.
Desfecho do núcleo Parasita: Sirley (David Junior), Leidi (Thalita Carauta) e Evelyn (Gi Fernandes) protagonizaram um plano mirabolante para enriquecer graças a Berta (Eliane Giardini). No final da novela, nenhum deles sofreu punição alguma. E até mesmo, conquistaram o objetivo. Sirley chegou ao final feliz ao lado da milionária. Evelyn se transformou em mãe do herdeiro da fortuna. “Mania de Você” passa a mensagem que “o crime compensa”.
Triângulo amoroso entre Michele (Alanis Guillen), Daniel (Samuel de Assis) e Cristiano (Bruno Montaleone): história paralela arrastadíssima que apenas serviu para cumprir a meta de 173 capítulos.
Desfecho de Iberê (Jaffar Bambirra): afinal, Iberê era irmão de Mavi? A questão foi esquecida nos últimos capítulos.
Fabio Maksymczuk