Nesta sexta-feira (18/09), a reprise de “Fina Estampa” chega ao fim na TV Globo. A novela de Aguinaldo Silva é um dos maiores sucessos desta década. Agora na edição especial, terminou com a missão cumprida. Ficou ao redor dos 34 pontos, meta estipulada pela emissora, e trouxe leveza ao telespectador em meio ao noticiário da pandemia do novo Coronavírus.
Nesta reprise, alguns atores detonaram a sua própria atuação e até mesmo chegaram a criticar a nova exibição, como bradou Marco Pigossi. Postura desagradável com o autor, diretores da produção e os telespectadores que deram os altos índices.
Em 24 de março de 2012, no nosso antigo espaço no UOL, publicamos o balanço final com os pontos positivos e negativos da trama com o título ““Fina Estampa termina com missão cumprida”. Republicamos a nossa análise na íntegra:
Olá, internautas
Após três novelas “pesadas” e de repercussão mediana (“Viver a Vida”, “Passione” e “Insensato Coração”), a Rede Globo voltou a exibir uma novela de sucesso na faixa das 21 horas. “Fina Estampa” chegou ao fim nesta sexta-feira (23/03) com a missão cumprida. A trama de Aguinaldo Silva com direção geral de Wolf Maya foi uma grande brincadeira com o telespectador. Os índices de audiência corresponderam bem à proposta. Resultado: foi a mais assistida dos últimos anos.
Seguem os pontos positivos e negativos.
PONTOS POSITIVOS
Griselda Pereirão e Tereza Cristina: O autor explorou duas personagens marcantes, Griselda “Pereirão” e Tereza Cristina, que protagonizaram, de fato, as principais cenas da novela. Lilia Cabral e Christiane Torloni, duas veteranas atrizes, não titubearam em cena. É válido salientar que Christiane acertou o tom da megera no decorrer da trama. Pereirão representou a mulher trabalhadora que dá importância ao trabalho, à família e à educação dos filhos. Já a “Rainha do Nilo” é uma vilã caricata que teve o seu charme. É fiel seguidora da mor Nazaré Tedesco. Aliás, Aguinaldo fez uma série de menções a outras obras de sua autoria. Tia Iris (Eva Wilma) praticamente é a reencarnação de Altiva, de “A Indomada”. Até foi parar em Greenville!
Discurso de Griselda: ótimo discurso de Griselda no último capítulo. A novela deveria ter chegado ao fim nesse ponto. Interpretação tocante de Lilia Cabral. Trechos: “O trabalho duro dignifica”. Honestidade. Integridade. Alegria. Orgulho. “Sejam honestos acima de tudo”, frisou a protagonista. Texto impactante dentro da atual conjuntura do Brasil. Depois, Antenor beija a sua mãe. Contraste com a cena que marcou toda a novela: a rejeição do filho com Griselda na casa de Tereza Cristina.
Marcelo Serrado: O ator roubou a cena no papel de Crodoaldo Valério. Até mesmo, muitos telespectadores torceram pelo final feliz com o zoiúdo Baltazar (Alexandre Nero). “Rainha do Nilo”, “Divina Isis”, “Filha de Osiris” e “Pitonisa de Tebas”. Vocabulário particular do mordomo que marcou a trama de Aguinaldo Silva. O autor preferiu apostar em um personagem mais caricato a defensor dos direitos da comunidade LGBT. Dentro da proposta de levar ao ar uma novela mais leve, Crô funcionou bem dentro do enredo.
Katia Moraes: a atriz brilhou na reta final da novela. Katia chamou a atenção do público com os arroubos de Marilda, a “empregada anã”. Um papel coadjuvante que ganhou força nos últimos capítulos, devido ao bom trabalho da atriz.
Alexandre Nero: para completar o trio de assistentes de Tereza Cristina, o ator Alexandre Nero também viveu bons momentos na pele de Baltazar.
Paulo Rocha (Guaracy): o ator português conquistou a simpatia do público ao viver o batalhador Guaracy. Final coerente em ter ficado com Griselda. René (Dalton Vigh) não sobressaiu na trama.
Angela Vieira: a atriz apareceu em momentos pontuais na novela, mas arrebentou no papel da atriz que virou fotógrafa, Mirna Bello.
Carlos Casagrande (Juan) e Tania Khallil (Letícia): história paralela bem trabalhada. Surtiu bom efeito dentro do conjunto da novela. Belo casal.
PONTOS NEGATIVOS
Dilema entre Danielle (Renata Sorrah), Esther (Julia Lemmertz) e Bia (Monique Alfradique): toda essa história paralela que discutiu quem é a verdadeira mãe de Vitória não se encaixou com o restante da obra. O núcleo apenas serviu de “encheção de linguiça”. O final de um minuto no último capítulo resumiu bem toda a ladainha.
Eri Johnson: qual foi a finalidade do ator na novela? Eri viveu mais um personagem sem brilho.
Luana (Joana Lerner): a personagem começou com bom fôlego no início da novela, mas desapareceu no restante do folhetim.
Sandro Pedroso: o “ator”, que ganhou até algumas falas nos primeiros capítulos com o personagem Mandrake, sumiu no decorrer da trama.
Fabio Maksymczuk