Em uma era dominada por algoritmos e conteúdo instantâneo, a internet se tornou um espelho que reflete o melhor e o pior da nossa sociedade. Mas, e se esse espelho estivesse quebrado, mostrando uma imagem distorcida que premia a exploração e a irresponsabilidade?
Este domingo, nossa coluna “Dez ou Desce” não apenas aponta o dedo, mas também ilumina a urgência de um debate crucial: o papel das plataformas na curadoria do que vemos e, por vezes, na amplificação de conteúdos que deveriam ser apagados para sempre. Preparem-se, pois as notas de hoje revelam uma batalha silenciosa entre o que é certo e o que é lucrativo.
Dez: FELCA traz à tona um debate necessário (Nota 10)
Nos últimos dias, o criador de conteúdo Felca publicou um vídeo em suas redes sociais que gerou grande impacto, e por um ótimo motivo. Com a sua habitual abordagem irônica, ele expôs de forma crua e direta um problema gravíssimo: a monetização e o algoritmo das plataformas que, intencionalmente ou não, acabam por impulsionar e recompensar conteúdos que exploram e sexualizam crianças.
O vídeo não apenas viralizou, mas também abriu uma caixa de pandora. O debate não é sobre quem é o Felca, mas sobre a urgência de discutirmos o papel das redes sociais nesse ecossistema de exploração. O mais assustador é perceber como os algoritmos são projetados para prender a atenção, e, sem a devida supervisão e regulação, podem se tornar ferramentas poderosas para amplificar esse tipo de conteúdo nefasto.
Não se trata de cancelar plataformas ou influenciadores, mas de exigir responsabilidade. É preciso questionar os mecanismos de controle, as políticas de segurança e a transparência das plataformas. A reação pública e a ampla discussão que se seguiram ao vídeo de Felca mostram que a sociedade está atenta e não vai tolerar mais a omissão. A luta contra a exploração infantil é uma responsabilidade de todos, e o vídeo de Felca foi um passo importante para que essa conversa, que antes era sussurrada, ganhasse a voz que merece.
Desce: O site da Claro tv+ (Nota 0)
O serviço Claro tv+ tem potencial. Oferece um combo interessante com diversos streamings agregados e é uma alternativa para quem busca conveniência. No entanto, o site oficial do serviço é um labirinto digital. A experiência de navegação é tão ruim que chega a ser inacreditável que um produto de uma empresa do porte da Claro possa ter uma interface tão confusa.
Para começar, a opção de assinatura anual, que seria mais vantajosa para o consumidor, é quase impossível de encontrar. O preço? Ninguém sabe. E, mesmo que você encontre, a jornada para finalizar a assinatura é um verdadeiro teste de paciência.
Além disso, a forma de gerenciar os serviços agregados, como a Netflix, é um enigma. Até pouco tempo, era possível fazer um upgrade para a versão premium, mas a opção parece ter sumido. A cada mudança de interface, o site se torna mais opaco, como se o objetivo fosse justamente evitar que o cliente tivesse controle sobre o próprio plano. Para coroar, a área de usuário do cliente residencial não está integrada com a conta do Claro tv+ app. O que significa que você não consegue ver detalhes do seu plano ou fazer alterações por lá.
Toda essa confusão não parece ser um erro, mas sim uma estratégia. A impressão é de que a Claro prefere que o cliente fique perdido, com medo de fazer qualquer alteração, para que não saia do plano inicial. Um site com um design que afasta o usuário e desestimula a contratação e o gerenciamento do serviço é, sem dúvida, uma nota zero.