Olá, internautas
A pandemia da Covid-19 fez uma nova vítima na TV brasileira. Após 27 anos, “Malhação” saiu da grade de programação da TV Globo. Sem as gravações, a emissora reprisou a temporada de 2014, denominada “Malhação Sonhos”, que encerrou a trajetória da soap opera na faixa horária.
A marca “Malhação” enfrentava forte desgaste há muitos anos. Em 1995, estreou com a aura de uma academia onde desfilavam corpos sarados. Pegação. No decorrer dos anos, temas sociais entraram no roteiro, como a questão da Aids abordada através da personagem Érica, interpretada por Samara Felippo.
Mocotó, vivido pelo atual apresentador André Marques, é um dos principais símbolos. Igual a Cabeção interpretado por Sergio Hondjakoff. Marcos Pitombo também deixou lembranças na memória afetiva do público com o personagem Siri. A temporada que mais acompanhei foi com Iran Malfitano (Gui), Cauã Reymond (Maumau) e Rafaela Mandelli (Nanda) entre 2002 e 2003.
Desde a última década, a representatividade entrou com força na soap opera. Personagens homoafetivos ganharam espaço. Atores e atrizes afrodescendentes também conquistaram mais oportunidades.
“Malhação” servia, basicamente, como laboratório para jovens atores e atrizes e demais profissionais nos bastidores. Agora, a faixa é ocupada pela reprise de “O Clone” pelo “Vale a Pena Ver de Novo”. Os índices de audiência se mantiveram. Porém, a maior emissora do País conta com duas reprises de novelas e um filme na programação vespertina. Investimento zero. Isso é ruim.
Antes de Malhação, a TV Globo exibia a versão diária da Escolinha do Professor Raimundo. E antes do humorístico, “Armação Ilimitada” com Kadu Moliterno (Juba), André di Biase (Lula), Andrea Beltrão (Zelda) e Jonas Torres (Bacana).
Em tempos pandêmicos, há um grande esforço para retomar o departamento de teledramaturgia. Vide o que acontece com os desafios enfrentados na inédita Pantanal. O término de Malhação poderá, em um futuro próximo, oxigenar a faixa horária. Isso era necessário.
Fabio Maksymczuk