No sábado (04/05), a TV Globo transmitiu o show mais aguardado do ano no Brasil. Em plenas areias da Praia de Copacabana, Madonna reuniu mais de 1,6 milhão de pessoas com “The Celebration Tour in Rio”. O maior público de sua carreira.
A emissora platinada antecedeu a novela “Renascer” para abrir espaço na programação ao espetáculo. Não havia necessidade, já que ocorreu atraso de uma hora. Marcos Mion e Kenya Sade comandaram a transmissão e tiveram que cobrir o “buraco”.
Mion, muito à vontade, passava as informações de forma natural. Em um bate-papo leve com o telespectador. Até mesmo, o apresentador revelou suas experiências pessoais com os shows de Madonna e Michael Jackson em 1993 que marcaram o cenário musical na cidade de São Paulo. Sua colega de transmissão nem era nascida. Revelou que dormiu nos arredores do Estádio do Morumbi para acompanhar o espetáculo do “Rei do Pop”.
Já Kenya, para preencher o espaço causado pelo atraso, verbalizou as informações que estudou para fazer a cobertura do show. A formação da dupla recai na política da representatividade que se tornou base na TV Globo. O mesmo parâmetro já tinha sido visto no Show da Virada. O canal escalou Fernanda Rodrigues e Douglas Silva.
Naquela oportunidade, eram dois atores que integravam o elenco da novela Fuzuê. Mesmo patamar. Agora, Mion, apresentador com décadas na TV brasileira, dividiu espaço com uma repórter que conquista o seu espaço há poucos anos. Nas redes sociais, telespectadores enxergaram um ruído entre os dois.
Diante da polarização política e de valores, a onda conservadora reverberou sua “indigestão” com o show provocativo de Madonna, artista vinda dos anos 80. Sintoma da guerra cultural que marca a sociedade brasileira e estilhaça na disputa política. Na realidade, “The Celebration Tour in Rio” é um grande musical com visual deslumbrante.
Os chamados “conservadores” tentaram manchar a transmissão usando o argumento das inundações que assolam o Estado do Rio Grande do Sul. A cobertura que avançou a madrugada garantiu boa audiência. 17 pontos de média.
Mesmo assim, o efeito das críticas da exibição do show atingiu o “Profissão Repórter”. A TV Globo cancelou a edição que repercutiria a multidão que se formou para acompanhar Madonna em Copacabana com a justificativa de dar mais espaço ao “Jornal da Globo” que cobre os efeitos do desastre ambiental no Rio Grande do Sul. Na realidade, “Jornal Nacional” foi esticado diante do noticiário das inundações, o que atrasou toda a programação. Com o jornalístico de Caco Barcellos, “JG” entraria por volta da 1 da manhã.
O show de Madonna tornou-se, na realidade, uma das celebrações do Brasil pós-pandêmico.
Fabio Maksymczuk