A pobreza artística reina nas atuais produções da teledramaturgia brasileira. O velho lema “novela boa era de antigamente” confirma-se, cada vez mais, dentro do atual panorama. Diante de tal fenômeno e, ao mesmo tempo, como forma de reduzir os custos, diferentes emissoras ficam, cada vez mais, dependentes de reprises.
A TV Globo, a maior do País, fica submetida às produções de outrora épocas. Após o “Jornal Hoje”, a emissora resolveu resgatar “Mulheres de Areia” a partir de 26 de junho. Trama de sucesso incontestável produzida há 30 anos. Já na tradicional faixa do Vale a Pena Ver de Novo (que ocupou o horário da inédita Malhação), “Mulheres Apaixonadas” ganha uma nova reprise, após 20 anos de sua exibição original.
Anteriormente, “O Rei do Gado” elevou os índices de audiência do canal para o expressivo patamar dos 20 pontos. Oportunidade para rever o excelente trabalho do ator Raul Cortez na pele de Geremias Berdinazi. Recentemente, o canal platinado apostou no remake de Pantanal, sucesso da Manchete de 33 anos atrás. Brevemente, apostará em outro remake, só que na faixa das seis, com “Elas por Elas” dos anos 80.
Já o SBT resgatou “Rebelde” na faixa vespertina. Nas redes sociais, os fãs da novela mexicana discutiram o horário de exibição. Muitos defendiam que a produção juvenil fosse levada na faixa atualmente ocupada por “Três Vezes Ana”. Outros, na vaga de “Cúmplices de Um Resgate”. Até aqui, a história de Mia Colucci (Anahí) e companhia fica ao redor dos 4 pontos de média. Patamar dentro da expectativa.
A Record TV também se inclui no fenômeno. “Os Dez Mandamentos”, a melhor produção inspirada em textos bíblicos, elevou os índices da emissora da Barra Funda para a expressiva casa dos 8 pontos na faixa vespertina.
Cada vez mais, Globo, Record e SBT olham para o retrovisor com o objetivo de reerguer os índices de audiência. Momento de reflexão sobre as pobres tramas atuais.
Fabio Maksymczuk