Olá, internautas
Nesta sexta-feira (01/11), “No Rancho Fundo” chegou ao fim na TV Globo. A novela bem-sucedida de Mario Teixeira com direção artística de Allan Fiterman cumpriu a missão de elevar os índices de audiência herdados do remake desastroso de “Elas por Elas”. Além disso, a produção atingia com frequência a meta da faixa horária ao ficar na casa dos 20 pontos.
“No Rancho Fundo” sinaliza um novo caminho para as telenovelas da emissora platinada. Ao invés de investir em adaptações de sucessos de décadas passadas, a continuação de tramas exibidas recentemente poderá tornar-se uma tendência. “Verdades Secretas” iniciou, na realidade, a nova estratégia. Porém, foi uma obra para impulsionar o número de assinantes do Globoplay.
Agora, “No Rancho Fundo” continuou a saga de “Mar do Sertão” que já tinha conquistado bom resultado em 2022/2023. A história ainda estava fresca na memória do telespectador. Diferente do que aconteceu no remake de “Renascer”, o diretor Allan Fiterman conseguiu trazer para a tela o universo do sertão nordestino.
Um dos grandes méritos da novela de Mario Teixeira aparece na escalação do elenco. Atores e atrizes que construíram sua trajetória artística na TV Globo foram destacados nos papéis centrais. Uma das curiosidades ficou com Eduardo Moscovis, como Ariosto. O ator também liderava o elenco de “Alma Gêmea” no papel do mocinho Rafael, que vinha imediatamente antes como atração do Vale a Pena Ver de Novo. Mais novo e mais velho em questão de minutos.
Debora Bloch, revivendo Deodora, apareceu entre os pontos positivos da trama. Desta vez, a atriz ficou rodeada de atores e atrizes não nascidos no Nordeste. Em “Mar do Sertão”, o contraste entre os sotaques com o elenco majoritariamente nordestino ficou mais evidente. Esse ponto sempre deve ser lamentado em produções que saem do eixo Rio-São Paulo.
Andrea Beltrão, na pele de Zefa Leonel, de fato, apareceu como a protagonista da obra. Sustentou a novela, com seu talento, do início ao fim. Uma das principais personagens de sua carreira em telenovelas. Alexandre Nero, que viveu Tico Leonel, superou o desafio em interpretar um personagem completamente diferente dentro da sua trajetória na Globo. Luisa Arraes e José Loreto, que viveram Blandina e Marcelo Gouveia, também transmitiram sua experiência no vídeo e tiveram um final aberto para uma possível terceira saga. Será?
Dentre os atores que buscam seu espaço na teledramaturgia, e rodearam os mais experientes em “No Rancho Fundo”, Tulio Starling e Larissa Bocchino, que interpretaram o simpático casal Artur Ariosto e Quinota, cumpriram a missão.
Os repentistas Juzé e Lukete, oriundos de “Mar do Sertão”, mais uma vez, passaram o ar de originalidade agora em “No Rancho Fundo”. Como defendi na anterior novela das seis, eles poderiam ter aparecido na abertura ao invés no desfecho dos capítulos. Mesmo assim, são duas figuras simpáticas que agregaram valor.
A TV Globo deveria interpretar os sinais que o telespectador emana. Em “No Rancho Fundo”, as estrelas do elenco platinado tiveram o seu merecido espaço. Profissionais que construíram, por décadas, um elo com o público.
“No Rancho Fundo” termina com a missão cumprida.
Fabio Maksymczuk