Olá, internautas
A TV brasileira, de um modo geral, viveu um ano ruim. A concorrência com outros meios de consumo de produção audiovisual se acirra cada vez mais. É um período de transição. Diretores de todas as emissoras enfrentam um momento adverso com uma visão controversa. A inadequada oferta de atrações na TV aberta é resultado desse processo.
A seguir, os destaques negativos:
PIOR NOVELA: Mania de Você
João Emanuel Carneiro colheu louros com “Todas as Flores”. Uma novela com 85 capítulos disponibilizada originalmente no Globoplay para atrair um público mais jovem e disponibilizada, logo em seguida, na faixa das 10 da noite na TV Globo. O mesmo roteiro deveria ter sido aplicado à novela “Mania de Você”. Porém, a atual produção foi concebida como novela das nove. O maior problema reside neste ponto. A trama não tem “cara“ de novela das nove. Protagonistas jovens lideram a história central cercada de núcleos paralelos que não seduzem o telespectador. Não há personagens carismáticos. Não há respiro algum diante das trapaças, vilanias e armações. Não há um herói. Nem mocinha. O público tradicional da faixa horária não se identifica e nem torce por alguém. O projeto foi concebido de forma equivocada.
PIOR REALITY SHOW: Estrela da Casa
A TV Globo passou a imagem de ter cortado verbas de produção na reutilização da mesma casa do “BBB” no novo reality “Estrela da Casa”. A competição que seria musical ganhou ares de uma nova franquia do “Big Brother Brasil”. Picuinhas entre os participantes. Discussões. Formação de grupos. Tudo regado à cantoria, desta vez. Não funcionou.
FIASCO DO ANO: Chega Mais
A grande aposta do SBT para as suas manhãs naufragou com erros crassos de planejamento e visão sobre a história da própria emissora e mercado televisivo. Um programa com quatro longuíssimas horas diárias de duração foge da instantaneidade que marca a comunicação contemporânea. Isso logo afastou o público que poderia ser convencido a trocar de canal.
DESTAQUE NEGATIVO NA LOCUÇÃO ESPORTIVA: Renata Silveira
Em nome da diversidade, que se transformou em um dos principais pilares do Grupo Globo, as mulheres entraram na cobertura esportiva em postos de liderança. A narradora Renata Silveira não caiu nas graças de parcela importante do público. A rejeição à locutora irradia em comentários nas redes sociais. A antipatia é acentuada. Dentro da minha visão, Renata, até aqui, não fortalece as transmissões. A saída de Cleber Machado, o então número 2, foi um erro que agora será colhido com o narrador na arquirrival Record. A emissora da Barra Funda, além do tradicional Paulistão, adquiriu os direitos do Campeonato Brasileiro. Isso tende a se transformar em um ponto desestabilizador na programação dominical da emissora platinada.
DESTAQUE NEGATIVO NA APRESENTAÇÃO: Marcão do Povo
O SBT acreditou que Marcão do Povo poderia concorrer com Luiz Bacci e José Luiz Datena no início do chamado horário nobre com o “Tá na Hora”. A visão equivocada já comprometia o projeto, logo em seu nascedouro. Inicialmente, o apresentador dividiu o comando com Christina Rocha que saiu logo na fase de implantação do projeto. Depois, dividiu espaço com Marcia Dantas. Logo em seguida, ficou solo. Chegou até a bradar a sua “amizade” com o governador Tarcisio de Freitas, responsável pela segurança pública do Estado de São Paulo, alvo do noticiário. Os baixos índices de audiência contribuíram para a sua saída definitiva. Para tentar salvar o projeto, o SBT teve que contratar o então concorrente José Luiz Datena.
Fabio Maksymczuk