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Assassinato da TV: Como a Paramount transformou nostalgia em lixo

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Se você ainda tem uma assinatura de TV por assinatura, parabéns: você é um sobrevivente de uma guerra onde o general do seu próprio exército está atirando em você. E ninguém apertou o gatilho com tanto gosto sádico nos últimos anos quanto a Paramount Global — agora, sob o novo e reluzente (mas igualmente condenado) guarda-chuva da “Paramount Skydance“.

Vamos ser honestos? A estratégia da empresa na última década não foi “transição para o digital“. Foi terra arrasada. Ano após ano, a Paramount olhou para o setor que pagava suas contas — a TV por assinatura — e decidiu não apenas negligenciá-lo, mas implodi-lo de dentro para fora.

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O Cemitério de Ícones (RIP MTV e Nick)

Lembra quando a MTV Brasil era o epicentro da cultura jovem? Lembra quando a Nickelodeon era um farol de criatividade que rivalizava com a Disney? Esqueça. A Paramount pegou essas marcas globais e as transformou em zumbis lobotomizados.

No Brasil e em diversos outros mercados, a “estratégia” foi humilhante. Canais icônicos foram descontinuados, fundidos ou, pior, transformados em depósitos de reprises infinitas. A MTV hoje é, essencialmente, um canal que transmite 23 horas de Ridiculousness por dia e uma hora de reality show de gente bêbada se pegando na praia. A identidade cultural? Morta. A produção local? Enterrada.

Eles fecharam sinais de canais derivados, mataram o VH1 (uma morte lenta e dolorosa) e transformaram a Nickelodeon em uma vitrine vazia para vender brinquedos da Patrulha Canina, enquanto o resto da programação apodrece. Eles esvaziaram a TV paga para alimentar o streaming, e o resultado é que agora ninguém assiste ao canal linear, e o streaming continua dando prejuízo. Brilhante, não?

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Showtime: De Rival da HBO a “Canal Qualquer”

Mas o crime mais hediondo da Paramount foi o que fizeram com o Showtime. Houve uma época — e não faz tanto tempo assim — em que o Showtime era o bad boy da TV premium. Era o único canal capaz de olhar nos olhos da HBO e não piscar. Eles tinham Dexter, Weeds, Homeland. Eles tinham prestígio. Eles tinham identidade.

E hoje? A Paramount, em sua infinita “sabedoria”, decidiu que a marca Showtime não era suficiente. Primeiro, começaram a diluir o conteúdo. Depois, vieram com a ideia genial de rebatizar e fundir o canal linear nos EUA para “Paramount+ with Showtime“.

Isso não é um nome de canal; é um pedido de desculpas corporativo.

O Showtime deixou de ser um curador de elite para virar um “hub” de conteúdo genérico. Hoje, ele é apenas uma aba glorificada dentro de um aplicativo bugado ou um canal linear que ninguém sabe mais o número. A HBO manteve seu nome e seu prestígio (mesmo com as confusões da Warner). O Showtime? Foi relegado à irrelevância, tratado como um parente pobre que a empresa tenta esconder no sótão enquanto tenta vender assinaturas de Yellowstone (que, ironicamente, nem está no streaming deles nos EUA).

O “Novo” Futuro com a Skydance

Agora, David Ellison e a Skydance assumem o comando. A promessa é de “tecnologia e inovação”. Mas não se engane. O legado da Paramount nos últimos anos foi ensinar ao mercado como destruir valor de marca em tempo recorde.

Eles pegaram o ecossistema mais lucrativo da história do entretenimento (a TV a cabo) e o desmantelaram peça por peça, deixando os assinantes com canais fantasmas e reprises mofadas. A Paramount não está morrendo porque o “mercado mudou”. Ela está morrendo porque passou a última década servindo veneno para seus clientes mais fiéis na TV paga, esperando que eles agradecessem e assinassem o Paramount+.

O setor de TV por assinatura não morreu de causas naturais. A Paramount o asfixiou com um travesseiro, e agora a Skydance herda a cena do crime. Boa sorte limpando o sangue.

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