Como você leu aqui, a Disney surpreendeu todo o mercado ao anunciar o fim de seis canais no Brasil, de uma só vez. Entre os canais que deixarão o nosso país a partir de fevereiro de 2025, está o Disney Channel – além do Star (antigo ‘Fox’), Nat Geo, Baby TV, Cinecanal e FX. Sobrevivem apenas os seis canais ESPN, por motivos óbvios: o esporte ao vivo é (muito) relevante, nos tempos atuais. Mas qual é o motivo para a Disney encerrar estes canais? Será somente pela baixa audiência e pela queda de assinantes de TV por assinatura?
O encerramento de canais lineares da Disney não é uma novidade, mesmo a nível global. Como já noticiamos em primeira mão no Além da Tela, em países como Espanha e França, o Disney Channel e outros canais lineares também estão sendo descontinuados. Mas o Brasil enfrenta um impacto muito mais amplo, com diversos canais saindo do ar de uma só vez. Essa decisão reflete não apenas a queda no número de assinantes da TV paga, mas também o foco agressivo no fortalecimento do Disney+, a principal plataforma de streaming da empresa.
Enquanto nos mercados europeus os canais lineares da Disney coexistiram com o streaming por algum tempo antes de serem encerrados, a decisão no Brasil sinaliza uma transição mais rápida e arriscada, impulsionada pela diminuição acelerada de assinantes de TV por assinatura e pelos altos custos operacionais para manter múltiplos canais no ar.
Desde o lançamento do Disney+, a Disney tem concentrado esforços em fortalecer sua plataforma de streaming. A recente incorporação do Star+ também reforçou a estratégia de direcionar conteúdos para um único serviço.
Sem os custos operacionais para manter canais lineares, a Disney deverá redirecionar recursos para a produção de conteúdos originais e melhorias na experiência do usuário do Disney+, que é, sem dúvida, a peça-chave – e maior aposta – para sua estratégia futura.
Com a retirada de tantos canais de uma só vez, os consumidores brasileiros devem sentir um impacto significativo. O desafio agora será para as operadoras de TV por assinatura tradicionais, como Claro, SKY e Vivo, que precisarão oferecer alternativas para preencher as lacunas deixadas pelos canais da Disney. Novos canais (quais)? Redução de mensalidades? As próximas semanas prometem agitar o mercado.
A mudança marca o fim de uma era para o público brasileiro, que cresceu assistindo ao Disney Channel, NatGeo, FX e tantos outros canais – mas também abre as portas para uma nova fase, onde o streaming poderá assumir de vez o protagonismo na indústria.