Neste Natal, a coluna 10 ou Desce traz um contraste entre a maturidade de quem sabe fazer entretenimento há décadas e o amadorismo de quem, mesmo com um formato de ouro nas mãos, desafinou feio na reta final. Entre o brilho das estrelas internacionais e as falhas técnicas da TV brasileira, confira quem ganhou o presente e quem ficou com o carvão.
Nota 10: The Graham Norton Show (Film&Arts)
Enquanto muitos talk shows brasileiros se perdem em quadros de “zap zap” e brincadeiras infantis, o The Graham Norton Show prova que o clássico, quando bem feito, é imortal. Exibido por aqui pelo canal Film&Arts, o programa da BBC está em sua impressionante 33ª temporada e continua sendo o padrão ouro do gênero.
Desde 2007, Graham Norton domina a arte de reunir o alto escalão de Hollywood e da música em um sofá vermelho onde o álcool flui e a conversa acontece de verdade. O formato é o mesmo há anos? Sim. E isso é ótimo! O segredo está no conteúdo relevante. Norton não faz entrevistas; ele promove uma mesa de bar entre as maiores mentes criativas do mundo.
A credibilidade é tamanha que o programa é parada obrigatória para nomes como Taylor Swift, Ed Sheeran e Lady Gaga. Além do papo, as apresentações musicais são um show à parte, com som e luz impecáveis. É a televisão feita para quem gosta de ouvir histórias reais, sem a urgência histérica de viralizar a cada dois minutos.
Nota Zero (Desce): A Final do The Voice Brasil no SBT
Se Graham Norton é a nota afinada do Natal, a final do The Voice Brasil no SBT, exibida na última segunda-feira, foi aquele parente que bebeu demais e resolveu cantar no karaokê: vergonha alheia pura.
A nota zero vai para uma produção que parecia ter sido montada às pressas. O repertório escolhido estava sofrível, com músicas que não favoreciam os candidatos, resultando em uma audição cansativa. Para completar o combo do desastre, a captação de áudio e imagem deixou muito a desejar.
Mas o que realmente irrita o telespectador é o “mundo de Bob” dos jurados. Naquela bolha de elogios vazios, para quase todos “tudo estava excelente” e a escolha era “impossível”. Um mar de positividade tóxica que subestima a audição do público.
O único ponto de lucidez veio de Mumuzinho. Em um raro e necessário surto de sinceridade, o cantor foi honesto ao admitir que as apresentações de seu próprio time foram ruins e cheias de falhas. Foi o único momento de verdade técnica em toda a noite. O SBT já confirmou a segunda temporada para 2026; esperamos que, junto com o novo ano, venha mais “momento Mumuzinho”, melhor curadoria musical e uma engenharia de som que não pareça ter sido ligada na tomada de última hora.
E você? Concorda que o Mumuzinho foi o único que falou a verdade ou achou a final “maravilhosa”?
