A TV enfrenta um momento de transformação. As emissoras convivem com uma queda persistente de telespectadores que assistiam, em tempo real, à programação. Novos modos de acompanhar a produção audiovisual ganham cada vez mais espaço.
Dentro desse contexto, é nítida a queda de investimento em diversas emissoras da chamada TV aberta. Muitos profissionais experientes com salários mais altos são preteridos, inclusive na maior TV Globo. A terceirização é outro sintoma do quadro apresentado, especialmente na Record TV.
Em território paulistano, a TV Gazeta, a menor de todas, também encara esse quadro. A emissora da Fundação Casper Líbero, há tempos, vive uma paralisia em sua programação. Sem criatividade. Uma grade recheada por extensas faixas alugadas para igrejas.
O departamento de Esportes é um dos poucos respiros de vida no canal. Celso Cardoso, um dos símbolos do núcleo, anunciou, através das redes sociais, sua saída da TV Gazeta. Uma notícia que pegou de surpresa os telespectadores que o acompanham há mais de 30 anos.
Celso sempre passou a imagem de credibilidade, ponderação e sensatez. Em 2020, comandou, com brilhantismo, o Plantão da Saúde em plena crise da pandemia do novo Coronavírus. O jornalista também mostrava versatilidade ao entrevistar, durante o período de férias dos colegas do “Jornal da Gazeta”, convidados das áreas de política e economia.
A TV Gazeta perde um de seus principais profissionais. Uma perda significativa em um elenco já reduzido de comunicadores com relação afetiva com o telespectador. E o círculo vicioso se aprofunda. Menos atrativos. Menor audiência. Menor faturamento. Enxugamento no quadro de funcionários. Venda de horários para neopentecostais.
Fabio Maksymczuk