Após a excelente primeira fase de “Renascer”, o remake da novela adaptada por Bruno Luperi entrou na segunda fase com estranhamento. A passagem de tempo gerou dúvidas no telespectador. Alguns personagens envelheceram desproporcionalmente com outros. Deocleciano envelheceu mais de 30 anos com o ator Jackson Antunes. Ao mesmo tempo, Padre Santo permaneceu na pele do ator Chico Diaz, praticamente com o mesmo visual.
Mariana, interpretada por Theresa Fonseca, surgiu como neta de Belarmino (Antonio Calloni). Porém, nas últimas cenas da primeira fase, Nena (Quitéria Kelly) apareceu ao lado de uma menina que ganhou foco na edição. Parte do público ficou com a impressão de que essa garota seria Mariana. Portanto, seria filha. Cronologicamente, não teria condições de Mariana ser neta com a passagem do tempo. Ficou confuso.
A história de amor fulminante entre José Inocencio, agora vivido por Marcos Palmeira, também causa estranhamento. Em poucos capítulos, o “coronel” resolve se casar com a herdeira de seu maior inimigo. E destrói o sonho de seu filho João Pedro (Juan Paiva) que também se apaixonou à primeira vista.
Na obra original, Buba causou grande impacto perante o telespectador com a atuação visceral e inesquecível de Maria Luisa Mendonça. De hermafrodita (ou pessoa intersexo), o adaptador resolveu transformar a personagem em uma “mulher trans”. Agora, a missão ficou com a novata Gabriela Medeiros que deu um tom completamente diferente. Também mulher trans na vida real, Gabriela impregna um ar “low profile”. Calma e serena. Com isso, Buba ganha uma coloração menos impactante.
Rodrigo Simas surge muito bem no vídeo como José Venancio. O amadurecimento do ator é perceptível. Inicialmente, ficou estupefato com a descoberta da condição de Buba. De repente, agora na adaptação, o “herdeiro do cacau” transformou-se, praticamente, em um militante da causa LGBTQIA+. Em seu discurso, proferiu falas, como heteronormatividade e mulher cis. Provocou estranhamento a mudança de postura.
A segunda fase de “Renascer” inicia com desafios para envolver o público.
Fabio Maksymczuk