Nesta semana, a TV Globo exibiu o documentário sobre Xuxa Meneghel na faixa pós-BBB24. A atração foge de ser um material jornalístico. Na realidade, é uma peça do Grupo Globo que vangloria a imagem de um dos seus maiores símbolos. Fase áurea da televisão e da emissora platinada.
“Xuxa, o Documentário” traz a visão da “homenageada” sobre fatos que aconteceram em sua vida pessoal e profissional. Da infância à maturidade. O auge da atração ocorre no reencontro com Marlene Mattos. Durante o bate-papo, a apresentadora tenta se colocar na figura de vítima. A diretora, que construiu a aura de “Rainha dos Baixinhos”, responde as indagações de sua pupila.
Marlene é responsável direta por transformar uma modelo, que era vista como símbolo sexual nos anos 80 e namorada de Pelé, em um ícone da hegemonia da TV Globo na comunicação do País. Uma tarefa árdua que sacrificou a vida pessoal das duas. E não apenas de Xuxa.
Em um determinado momento, Xuxa confidencia que foi uma atriz fabricada. Na realidade, foi um símbolo de marketing bem construído que movimentou bilhões de reais em 40 anos. Xuxa é celebridade. De certo modo, uma visão tupiniquim da Princesa Diana, figura que ecoava na mídia no início dos anos 80. Xuxa surgiu neste rastro. Uma imagem que toca a memória afetiva de milhões de brasileiros oriundos, principalmente, dos anos 80 e 90.
Em outro momento do documentário, Angélica defende que Xuxa é verdade. Porém, a própria apresentadora enfatizou que falava e agia de acordo com instruções de Marlene Mattos e se arrepende de muitas coisas. Contradição.
“Xuxa, o Documentário” foge de qualquer visão crítica, especialmente sobre a exposição de sua filha Sasha Meneghel. A queda nos índices de audiência também não apareceu. O desfecho da Fundação Xuxa também não foi mencionado.
O documentário serviu para Xuxa reaparecer nos domínios do Grupo Globo.
Fabio Maksymczuk