“Fuzuê” é a mais nova aposta da TV Globo na faixa das novelas das sete. Após a bem-sucedida “Vai na Fé”, a missão da nova trama é árdua em sustentar a audiência alcançada pela história de Sol e companhia. A produção criada e escrita por Gustavo Reiz com direção artística de Fabricio Mamberti já registra índices abaixo da antecessora.
A emissora platinada promoveu uma intensa campanha de divulgação de sua nova novela. Até exaustiva demais. A impressão passada inicialmente é que seria uma trama com toques de humor, elemento tradicional da faixa horária.
Apesar disso, o ar de suspense e aventura dominou os capítulos iniciais. A tal busca do tesouro escondido na Fuzuê permeou a narrativa, além do desaparecimento da mãe de Luna. A trama lembrou, de alguma forma, “Cara e Coragem” que também nutria os mesmos elementos. O texto denso também é outra caraterística que remete à obra liderada por Tais Araújo. Até aqui, a leveza de uma novela das sete não apareceu. “Fuzuê” está mais para “Cara e Coragem” e “Quanto Mais Vida, Melhor” do que “Vai na Fé”.
A maior preciosidade de “Fuzuê” aparece no retorno de Marina Ruy Barbosa ao universo das telenovelas. A atriz conquistou um bom desafio em sua carreira artística. Agora, encarna a vilâ Preciosa. É a personagem mais interessante, até aqui.
Marina revive a parceria com o ator Felipe Simas que interpreta seu marido Heitor Montebell e também Lilia Cabral que vive a sua mãe, Bebel. Durante a pandemia, as recentes reprises retroalimentaram as lembranças desse trio no vídeo. Ficou recente.
Dentro das novas diretrizes do Grupo Globo, a atriz Giovana Cordeiro encarna a protagonista Luna. Enfrenta um enorme desafio. Ela divide a cena com o ator Nicolas Prattes que interpreta Miguel. O ator aparecerá em dose dupla, brevemente na programação da TV Globo, com a estreia de “Todas as Flores”. É a sua terceira novela das sete em menos de dez anos.
Até aqui, “Fuzuê” não criou um fuzuê.
Fabio Maksymczuk
Foto: Globo/Fábio Rocha