Nas noites de quinta-feira da TV Globo, Pedro Bial comanda a nova versão do “Linha Direta“, um dos precursores do gênero ‘true crime’ na TV brasileira. O programa vai o ar após “Cine Holliúdy”.
Nesta semana, o tema é: “Fake news Mata“. O “Linha Direta” mostra como boatos e falsas notícias podem levar à morte e provocar um rastro de tragédia. O programa aborda um caso que envolve dois graves problemas sociais no Brasil: a disseminação das conhecidas ‘fake news’, e uma de suas mais trágicas consequências, o crime da justiça com as próprias mãos.
O episódio traz a inacreditável história de Fabiane Maria de Jesus, uma mulher religiosa, de 33 anos, casada, mãe de duas meninas, moradora de uma comunidade em Guarujá, litoral Sul de São Paulo. Um dos primeiros casos no Brasil em que uma ‘fake news’ levou à morte de uma inocente, aconteceu após uma série de coincidências trágicas.Em 2014, Fabiane foi confundida com uma suposta sequestradora de crianças.
Uma bruxa imaginária, criada por uma sequência de notícias falsas, e que ganhou ainda mais repercussão quando foi divulgada por uma página da cidade numa rede social. Rapidamente, a notícia com a hipotética foto da criminosa viralizou. Fabiane, que andava de bicicleta no bairro de Morrinhos, foi apontada como a tal sequestradora. Linchada, socada, pisoteada, amarrada e arrastada pelas ruas da comunidade, mesmo já inconsciente, enquanto uma multidão acompanhava tudo, incitando ainda mais o ódio – até uma tentativa de queimá-la viva aconteceu naquele fatídico dia.
Apesar de os cinco réus condenados pelo crime seguirem presos até hoje, os responsáveis por divulgar a falsa notícia nas redes sociais não foram punidos. O caso envolvendo a barbárie contra Fabiane faz parte de uma lamentável estatística brasileira. Segundo o sociólogo José de Souza Martins, o Brasil é o país recordista mundial em linchamentos.
No segundo caso da noite, o programa traz outra história marcada pela violência extrema. Geovane Gregório dos Santos, na época com 26 anos, foi espancado até a morte em Maceió, Alagoas, suspeito de ter praticado um assalto. Testemunhas disseram à polícia que Geovane estava numa moto e tentou roubar um homem, mas foi contido por pessoas que estavam no local, uma praça no bairro Salvador Lyra. Logo em seguida, ele passou a ser agredido com socos, chutes e pedradas.
Ainda de acordo com a polícia, três homens continuaram espancando Geovane mesmo desacordado. Eles ainda atearam fogo a um capacete e colocaram na cabeça do rapaz, que estava caído no meio da rua. O crime foi registrado em vídeos feitos com celular por pessoas que estavam no local. Um dos acusados é Hewerton Petrilli dos Santos. Em 2018, ele foi condenado a 10 anos de prisão em regime fechado pelo linchamento de Giovane, que deixou dois filhos. Mas Hewerton está com o paradeiro desconhecido até hoje, e o programa pede a ajuda do público com informações que levem à localização do foragido, através do telefone 181.