Com direção de Hilton Lacerda e Hélder Aragão, o DJ Dolores, produção de Malu Campos e produção executiva de João Vieira Jr., “Lama dos Dias”, série de ficção que estreia no Canal Brasil, dia 23 de setembro, é ambientada no Recife do início da década de 1990 – momento anterior ao surgimento do manguebeat na capital pernambucana.
Os sete episódios, que irão ao ar sempre aos domingos, às 21h30, resgatam, de forma livre e sem fundo documental, o nascimento desse movimento – que tem em Chico Science, Jorge Du Peixe e o próprio DJ Dolores os principais representantes – e mostram como ele foi capaz de mudar a história da cidade, e transformá-la em uma urbe pulsante, com uma cena cultural intensa.
“A gente sentia a necessidade de revisitar esse período dos anos 1990. Existem documentários, mas sempre do ponto de vista dos vitoriosos, de bandas que assinaram contratos. A gente queria falar do ambiente, de público, de bandas que não deram certo. Trazer uma outra perspectiva”, explica Hélder Aragão.
A atração mostra os detalhes desse período a partir de dois núcleos principais: a trajetória da banda Psicopasso, um conjunto cuja sonoridade mescla a agressividade do rock com a batida do maracatu; e de um grupo de amigos de uma universidade, insatisfeitos com o sistema e frequentadores da cena musical local. O elenco, formado principalmente por atores amadores, conta com a participação especial de Maeve Jinkings e Julio Machado, e da atriz Louise França, filha de Chico Science.
“Quando começamos a pensar no projeto de ‘Lama dos Dias’ e começamos a escrever o roteiro, a principal coisa que a gente queria descartar era o uso de personagens que tivessem feito parte da história e que a gente conhecesse, a gente precisava desse distanciamento. Então de certa forma, os personagens do Lama são personagens que são reconstrução de pessoas que estavam em torno daquele movimento, mas que não são necessariamente protagonistas da história. Então foi a partir disso que a gente recriou todo um universo. Não quer dizer que aqueles personagens ou aquelas bandas existiam. Então a gente criou essa terceira banda do Mangue, a Psicopasso, pra que essa turma também pudesse existir em torno dela. Então os personagens reais servem como referência, eles são citados sempre mas eles nunca aparecem. Eles sempre chegam atrasado, ou não puderam ir, ou não estão naquele momento… mas eles existem dentro da geografia, dentro daquele espaço-tempo, mas eles não existem dentro da série”, conta Hilton Lacerda.