Com 13 episódios, o documentário em formato de reality, “Em Cadeia”, dá voz a presos, agentes, diretores e secretários de segurança que fazem parte do sistema penitenciário brasileiro. As gravações foram em presídios de Rondônia, onde as fugas são constantes, e Goiás, onde enfrentam uma superpopulação. A produção é da AfroReggae Audiovisual, com criação e produção executiva de José Junior e direção de Gideon Boulting. A série estreia no dia 04 de dezembro, com exibição de segunda a sexta, às 23h30 no canal Multishow.
Segundo José Junior, a atração busca entender o que está por trás da cultura penitenciária do país, como as condições nas quais vivem os presos e os motivos do crescimento do crime: “O Em Cadeia é o primeiro programa da TV brasileira que conseguiu adentrar no universo do sistema penitenciário pelo olhar de quem está lá dentro: os presos e os agentes. Vamos completar 10 anos de uma positiva parceria com o Multishow e a ideia de mostrar todo esse universo vem sido elaborada há algum tempo. Podemos dizer que já fizemos algo parecido, mas a diferença deste formato é que agora temos profundidade. Acampamos longos dias nos presídios em Goiás e Rondônia e os depoimentos são nosso grande trunfo. Muitas pessoas vão ficar surpresas com ações sociais e holísticas que já estão acontecendo, mas ainda precisamos de muito mais”, declara.
O episódio de estreia abre as portas de delegacias e presídios em Goiânia e Porto Velho, mostrando diversas etapas e também métodos que criminosos usam para tentar burlar o sistema. Estatísticas da população carcerária são reveladas, enquanto histórias reais ilustram essas tendências. Nos episódios seguintes, depoimentos de presos, familiares e agentes se revezam a partir de temas como rivalidades entre facções, vigilância, alimentação, punições, condicional e liberdade.
Para o diretor Gideon Boulting, a série pode ajudar a colocar a realidade das cadeias brasileiras em pauta e preceder uma possível reavaliação do sistema: “Encontramos generosidade e coragem das penitenciárias de Goiás e Rondônia ao nos receberem e acreditarem neste projeto. Não estamos nos colocando em papel de fiscalizadores, queremos abrir essa caixa preta e trazer uma luz para o assunto. Aproximar de alguma forma a realidade dessas pessoas do público, sem vozes de pato e tocas ninjas, para tentar tirar a cadeia desse lugar de fantasia”, justifica.