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    Globo ensina e Record desaprende a fazer jornalismo

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    Na noite de ontem, o Brasil teve a oportunidade de ver o abismo que separa o jornalismo de Globo e Record. O “Jornal Nacional” divulgou reportagem onde teve acesso a registros da portaria do condomínio onde mora um dos suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes – mesmo condomínio onde o mito presidente Jair Bolsonaro tem casa. Segundo o “JN”, um dos suspeitos do crime entrou no condomínio e disse ao porteiro que iria à casa de Bolsonaro – porém, reforçou o próprio jornal – o registro de presença da Câmara dos Deputados, onde naquela época Jair batia ponto, comprova que ele não estava lá. A matéria fez o que prega o bom jornalismo: noticiar e ouvir todos os envolvidos.

    Pouco tempo depois depois, um inflamado Bolsonaro decidiu vestir o seu terno às 4h da manhã, na Arábia Saudita (onde se encontra), para recorrer a dois de seus já habituais recursos de defesa: live nas redes sociais e TV Record (digo, RecordTV). Na live, Bolsonaro atirou para todos os lados: usou palavrões, acusou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, atacou a Globo e fez ameaças à renovação da concessão da emissora em 2022, ano em que tudo indica que ainda estará no poder.

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    Já no “Jornal da Record” – e aí vem a questão preocupante no tocante à credibilidade da emissora de Edir Macedo – houve apenas a possibilidade de Bolsonaro repetir o que foi dito na live – ou seja, atacar a matéria e, claro, a Globo. E, ao contrário do que fez a própria Globo – que, em sua reportagem, ouviu o próprio advogado de Bolsonaro -, não houve na Record espaço para se ouvir o outro lado:

    Jornalismo… verdade?

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