Falta de intensidade compromete “Éramos Seis” na TV Globo

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Ricardo Marques
Entusiasta sobre TV por assinatura e recepção via satélite. Publica sobre o mercado brasileiro, destaques da HBO e Telecine. Doutor em Estudos Literários.

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Nesta sexta-feira (27/03), a TV Globo exibiu o último capítulo de “Éramos Seis”. A novela, adaptada por Angela Chaves com direção geral de Pedro Peregrino e direção artística de Carlos Araújo, não repetiu a mesma repercussão da versão produzida pelo SBT em 1994. A trama, no geral, ficou ao redor dos 22 pontos de média. Índice aquém da expectativa diante do potencial da trama.

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Tanto a autora quanto a direção fugiram da visceralidade da obra de Maria José Dupré. Por isso mesmo, o “final feliz” de Lola e do restante dos personagens é condizente com a adaptação platinada. Em tempos da felicidade pululante nas redes sociais, a suavização de “Éramos Seis” entra nesse contexto.

Produziram uma novela “blasé” com ares do cinema “noir”. Gloria Pires simbolizou tais características. Apenas nos capítulos que focaram a morte de Carlos, a atriz encarnou o espírito de Dona Lola. Nesta semana, Irene Ravache, que interpretou Lola na versão do SBT, praticamente “engoliu” Gloria em cena durante a sua merecida participação especial.

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“Éramos Seis”, na TV Globo, ficou com ar de ser uma versão genérica diante da produção do SBT que entrou na galeria das melhores na teledramaturgia brasileira.

A seguir, o nosso tradicional balanço final com os pontos positivos e negativos.

PONTOS POSITIVOS

Eduardo Sterblitch (Zeca) e Maria Eduarda de Carvalho (Olga): Eduardo estreou com o pé direito nas telenovelas. Conquistou excelente desempenho ao viver o interiorano Zeca. Sotaque perfeito. Maria Eduarda, mais uma vez, sobressaiu ao viver a divertida Olga. O casal, sem dúvida alguma, foi o ponto mais forte da produção da TV Globo.

Simone Spoladore (Clotilde) e Ricardo Pereira (Almeida): o casal funcionou na versão da novela na TV Globo. Spoladore encarnou o espírito da obra e vivenciou a intensidade da personagem. Pereira cumpriu a sua missão.

Julia Stockler (Justina): na realidade, as histórias paralelas funcionaram no remake da TV Globo. Justina, interpretada por Julia Stockler, é um dos exemplos. A atriz conseguiu construir a personagem sem estereótipos.

Cássio Gabus Mendes (Afonso): o ator se destacou em “Éramos Seis”. Sobressaiu ao interpretar com verdade o dono do armazém. Conquistou o carinho do público.

Participações especiais: a obra teve o mérito de resgatar parte do elenco da produção de “Éramos Seis” do SBT. O encontro entre Irene Ravache e Othon Bastos foi espetacular. Luciana Braga, Marcos Caruso e Wagner Santisteban também foram lembrados. Até Nicete Bruno, que interpretou Lola na TV Tupi, ganhou seu espaço nesta reta final.

PONTOS NEGATIVOS

Nicolas Prattes (Alfredo): o ator não conseguiu transfigurar sua aparência de bom moço em “Éramos Seis”. O carioca, em nenhum momento, encarnou o paulistano malandro dos anos 30. Na realidade, a direção errou ao trocar a escalação. O diretor Carlos Araújo deveria ter mantido Prattes no papel de Carlos. Poderia ter obtido melhor desempenho como o filho número 1 de Lola.

Danilo Mesquita (Carlos): o mesmo acontece com Mesquita. A direção, no último momento, escalou o baiano para interpretar Carlos quando, na realidade, deveria ter encarnado Alfredo. O resultado poderia ter sido melhor. O ator transformou Carlos, personagem correto e ético, em um chato e “mala”.

André Luiz Frambach (Julinho): “Éramos Seis” é uma novela essencialmente paulistana. Ambientada na Avenida Angélica e arredores. Frambach apresentou, desde o primeiro momento de sua entrada na novela, o sotaque carioca que surgiu como um forte ruído na obra como um todo.

Susana Vieira (Emilia): a atriz não passou o necessário ar aristocrático de Dona Emília em “Éramos Seis”. A “nobreza” de uma senhora dos Campos Elíseos dos anos 30 surgiu em momento algum. Mais parecia uma senhora rabugenta que saía de sua mansão para jogar bingo.

Werner Schunemann (Assad): o ator adotou um sotaque estranhíssimo ao Sr. Assad. Forte ruído na interpretação.

Lili (Triz Pariz): nesta adaptação, Lili foi a personagem mais sacrificada. Mal apareceu na novela. No remake do SBT, só para lembrar, Flavia Monteiro interpretou a filha de Genu (Jandira Martins) e Virgulino (Marcos Caruso). Virgulino, Virgulino… Aliás, nem dá para comparar com o casal formado por Kelzy Ecard e Kiko Mascarenhas.

Fabio Maksymczuk

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Nesta sexta-feira (27/03), a TV Globo exibiu o último capítulo de “Éramos Seis”. A novela, adaptada por Angela Chaves com direção geral de Pedro Peregrino e direção artística de Carlos Araújo, não repetiu a mesma repercussão da versão produzida pelo SBT em 1994. A trama, no geral, ficou ao redor dos 22 pontos de média. Índice aquém da expectativa diante do potencial da trama.

Tanto a autora quanto a direção fugiram da visceralidade da obra de Maria José Dupré. Por isso mesmo, o “final feliz” de Lola e do restante dos personagens é condizente com a adaptação platinada. Em tempos da felicidade pululante nas redes sociais, a suavização de “Éramos Seis” entra nesse contexto.

Produziram uma novela “blasé” com ares do cinema “noir”. Gloria Pires simbolizou tais características. Apenas nos capítulos que focaram a morte de Carlos, a atriz encarnou o espírito de Dona Lola. Nesta semana, Irene Ravache, que interpretou Lola na versão do SBT, praticamente “engoliu” Gloria em cena durante a sua merecida participação especial.

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“Éramos Seis”, na TV Globo, ficou com ar de ser uma versão genérica diante da produção do SBT que entrou na galeria das melhores na teledramaturgia brasileira.

A seguir, o nosso tradicional balanço final com os pontos positivos e negativos.

PONTOS POSITIVOS

Eduardo Sterblitch (Zeca) e Maria Eduarda de Carvalho (Olga): Eduardo estreou com o pé direito nas telenovelas. Conquistou excelente desempenho ao viver o interiorano Zeca. Sotaque perfeito. Maria Eduarda, mais uma vez, sobressaiu ao viver a divertida Olga. O casal, sem dúvida alguma, foi o ponto mais forte da produção da TV Globo.

Simone Spoladore (Clotilde) e Ricardo Pereira (Almeida): o casal funcionou na versão da novela na TV Globo. Spoladore encarnou o espírito da obra e vivenciou a intensidade da personagem. Pereira cumpriu a sua missão.

Julia Stockler (Justina): na realidade, as histórias paralelas funcionaram no remake da TV Globo. Justina, interpretada por Julia Stockler, é um dos exemplos. A atriz conseguiu construir a personagem sem estereótipos.

Cássio Gabus Mendes (Afonso): o ator se destacou em “Éramos Seis”. Sobressaiu ao interpretar com verdade o dono do armazém. Conquistou o carinho do público.

Participações especiais: a obra teve o mérito de resgatar parte do elenco da produção de “Éramos Seis” do SBT. O encontro entre Irene Ravache e Othon Bastos foi espetacular. Luciana Braga, Marcos Caruso e Wagner Santisteban também foram lembrados. Até Nicete Bruno, que interpretou Lola na TV Tupi, ganhou seu espaço nesta reta final.

PONTOS NEGATIVOS

Nicolas Prattes (Alfredo): o ator não conseguiu transfigurar sua aparência de bom moço em “Éramos Seis”. O carioca, em nenhum momento, encarnou o paulistano malandro dos anos 30. Na realidade, a direção errou ao trocar a escalação. O diretor Carlos Araújo deveria ter mantido Prattes no papel de Carlos. Poderia ter obtido melhor desempenho como o filho número 1 de Lola.

Danilo Mesquita (Carlos): o mesmo acontece com Mesquita. A direção, no último momento, escalou o baiano para interpretar Carlos quando, na realidade, deveria ter encarnado Alfredo. O resultado poderia ter sido melhor. O ator transformou Carlos, personagem correto e ético, em um chato e “mala”.

André Luiz Frambach (Julinho): “Éramos Seis” é uma novela essencialmente paulistana. Ambientada na Avenida Angélica e arredores. Frambach apresentou, desde o primeiro momento de sua entrada na novela, o sotaque carioca que surgiu como um forte ruído na obra como um todo.

Susana Vieira (Emilia): a atriz não passou o necessário ar aristocrático de Dona Emília em “Éramos Seis”. A “nobreza” de uma senhora dos Campos Elíseos dos anos 30 surgiu em momento algum. Mais parecia uma senhora rabugenta que saía de sua mansão para jogar bingo.

Werner Schunemann (Assad): o ator adotou um sotaque estranhíssimo ao Sr. Assad. Forte ruído na interpretação.

Lili (Triz Pariz): nesta adaptação, Lili foi a personagem mais sacrificada. Mal apareceu na novela. No remake do SBT, só para lembrar, Flavia Monteiro interpretou a filha de Genu (Jandira Martins) e Virgulino (Marcos Caruso). Virgulino, Virgulino… Aliás, nem dá para comparar com o casal formado por Kelzy Ecard e Kiko Mascarenhas.

Fabio Maksymczuk

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