Nesta semana, matéria do UOL revelou que, por decisão da Igreja Universal do Reino de Deus (leia-se: Edir Macedo), a falta de transferência de graninha fácil para concessões públicas investimento em emissoras de “pequeno porte”, tais como Gazeta, têm causado um grande rombo nos cofres de tais emissoras – que, em boa parte, sobrevivem de horários alugados das igrejas na programação.
Mas aí, você pode pensar: “ah, mas isto é um problema das emissoras, que não conseguem fazer uma programação de qualidade, buscam dinheiro fácil, e…”. Mais ou menos, mais ou menos. Em se tratando de igrejas, em especial da IURD, o tema é sempre mais… abrangente. Você sabia que, para gerar conteúdo, todas as emissoras são obrigadas a pagar altas taxas em impostos para adquirir equipamentos – desde câmeras com tecnologia HD, monitores, softwares e ilhas de edição – o que, no caso da Universal, não é bem uma realidade?
Para citar apenas um exemplo: em 2018, a Igreja entrou com um pedido na Justiça para obter isenção de cerca de R$ 5 milhões em impostos para a importação dos equipamentos citados acima – entre alguns outros. Agora, vamos pensar: como uma emissora de porte pequeno poderá gerar conteúdo, sendo que arca com custos muito maiores do que a própria empresa igreja que “aluga” horários em sua programação, e define quando e quanto irá investir?
Sabemos que o buraco é mais embaixo. Mas que boa parte da sobrevivência de canais “nanicos” está nas mãos de um único bispo, está. Mas… como o estado é laico e dias melhores virão, isto certamente irá mudar. Não?! Bom, enquanto isto, vamos juntos cantar:
“Quem dá moeda vai pra frente…
Quem não der anda pra trás…”