Confira os pontos positivos e negativos do remake de Pantanal (por Fabio Maksymczuk)

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Fabio Maksymczukhttp://www.fabiotv.com.br/
Jornalista, membro do júri de TV na APCA, editor do portal FABIOTV, blogueiro e colunista do Além da Tela, com passagem pelo Portal Imprensa (2009/15) e UOL TV Blogs

O remake de “Pantanal” chegou ao fim nesta sexta-feira (07/10). A novela da TV Globo, adaptada por Bruno Luperi, como já era previsto, não atingiu a mesma intensidade e repercussão da obra original escrita por Benedito Ruy Barbosa na TV Manchete. Mesmo assim, elevou os índices de audiência herdados da antecessora Um Lugar ao Sol na faixa mais nobre da TV brasileira.

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O adaptador seguiu o roteiro original. Fez mudanças pontuais com a inclusão de temas sociais, como racismo e homofobia. Luperi poderia ter trabalhado melhor a obra com alterações de rumos que foram obrigados a acontecer em 1990. A morte de Madeleine (Karine Teles) e a saída de Trindade (Gabriel Sater) poderiam ter sido alteradas.

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Mesmo seguindo a obra e o texto original, os atores deram um novo tom aos personagens. É o caso de Alanis Guillen que enfrentou o maior desafio do remake ao viver Juma. Evidentemente, não entrou para a história da teledramaturgia brasileira, como ocorreu com Cristiana Oliveira que interpretou visceralmente a personagem. Mesmo assim, a jovem atriz cumpriu a missão. O mesmo aconteceu com Bella Campos que deu ar mais rancoroso e circunspecto à Muda, diferente da versão original. Também não comprometeu.

A direção artística de Rogério Gomes e Gustavo Fernandez (além da direção de Walter Carvalho, Davi Alves, Beta Richard, Cristiano Marques e Noa Bressane) fugiu da estética de Jayme Monjardim e equipe de 1990.  O remake fugiu da linha mais poética com cenas de exuberância da natureza da região do Mato Grosso do Sul. A direção seguiu uma linha mais pragmática. Cenas de sensualidade foram abolidas na nova versão. Retrato dos tempos atuais.

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A seguir, o nosso tradicional balanço final com os pontos positivos e negativos.

PONTOS POSITIVOS

Marcos Palmeira (José Leôncio) – um dos melhores trabalhos do ator na teledramaturgia. O ator mereceu incorporar o protagonista da novela das nove da TV Globo. Trouxe um ar mais doce a Zé Leoncio. Mais contemporâneo sem se desfazer das principais características do “rei do gado do Pantanal”.

Dira Paes (Filó) – Ótimo trabalho da atriz. Uma das personagens mais queridas da novela. Sua atuação no último capítulo foi impecável.

Isabel Teixeira (Maria Bruaca) – Isabel Teixeira foi a atriz que mais respeitou a composição da personagem da obra original de 1990. Ficou nítido que ela seguiu o caminho da atriz Ângela Leal. Conquistou ampla repercussão junto ao público.

Juliano Cazarré (Alcides) – o ator conseguiu imprimir a sua identidade ao peão. Incorporou a imagem de um homem viril, “bronco” e vingativo.

Osmar Prado (Velho do Rio) – uma das maiores alterações em relação à obra original. Desta vez, o ‘Velho do Rio” não foi interpretado pelo mesmo ator responsável por Zé Leoncio (no caso, Claudio Marzo que recebeu uma linda homenagem durante o remake). A experiência de Osmar Prado se fez presente no vídeo. A cena de despedida do Velho foi impecável no último capítulo.

José Loreto (Tadeu) – o melhor trabalho do ator na TV Globo. É bom ressaltar que ele foi um dos poucos atores que protagonizou cenas de sensualidade no remake. Muito seguro em cena com um personagem que poderia ter caído no estereótipo. Isso não ocorreu. Conquistou o carinho do telespectador.

Irandhir Santos (Joventino Leoncio/ José Lucas de Nada) –  impressionante a versatilidade desse ator. Emendou um trabalho ao outro sem deixar vestígios dos personagens em cena. Interpretou Alvaro, em Amor de Mãe, Joventino na primeira fase e Zé Lucas na segunda fase. Um trabalho completamente diferente um do outro.

Guito (Tibério) – grata revelação em “Pantanal”. Guito se destacou em seu primeiro trabalho de peso em telenovelas. Aproveitou a oportunidade.

Almir Sater (Eugênio) – outro ator egresso da obra original que sempre se destacava em suas cenas, principalmente na chalana ao longo do rio.

Gabriel Sater (Trindade) – também aproveitou a oportunidade ao viver o personagem que foi de seu pai na versão original. Belos encontros musicais da dupla.

Leandro Lima (Levi) – o ator aproveitou muito bem a oportunidade no remake. Também passou virilidade à novela.

Renato Goes (José Leôncio jovem) – mais um ótimo trabalho do ator em cena. Passou com brilhantismo o bastão a Marcos Palmeira.

Último capítulo – o último capítulo honrou a obra de Benedito Ruy Barbosa. Lindo e emocionante. Excelente. A intensidade se fez presente no desfecho da trama.

PONTOS NEGATIVOS

Tenório (Murilo Benicio) – tanto Bruno Luperi quanto Murilo Benicio tiraram a intensidade do vilão. O adaptador tentou “humanizar” o personagem com a história de vida pregressa do personagem (morte de seus pais). Porém, o rumo do vilão foi o mesmo da obra original. Ao mesmo tempo, Benicio construiu uma nova persona ao personagem e não seguiu o rastro do grande Antonio Petrin. O estilo do ator impregnou no vilão com uma postura mais introspectiva e também menos visceral. Tenorio era para ser odiado.

Jesuita Barbosa (Jove) – o ator intensificou a chatice de Jove. Perdeu a mão ao viver o mocinho da história. No remake, iniciou vegano. Elemento novo na construção. Depois, entrou em incoerência, durante o desenvolvimento da história, ao tornar-se líder do conglomerado que se baseia em carne bovina. Ele estava errado? Mal trabalhado. Além disso, o casal Jove e Juma não deu liga. Não encantou. Um era mais chato que o outro. Ficou cansativo. A TV Globo, até mesmo, tentou promover o casal antes da estreia em uma reportagem do Fantástico. A ficção teria migrado para a realidade? Desnecessário diante do noticiário que eclodiu durante a exibição da novela.

Selma Egrei (Mariana) – a atriz também intensificou a chatice de Mariana. Na versão original, Nathalia Timberg imprimia um ar aristocrático à personagem. Isso desapareceu no remake. Além disso, Mariana não envelheceu na transição das fases. Ficou estranho.

Julia Dalavia (Guta) – na versão original, Luciene Adami imprimia a imagem de uma mulher empoderada e à frente de seu tempo com a personagem Guta. Esbanjava sensualidade na tela. Todas essas características desapareceram na construção da atriz Julia Dalavia. Guta passou pela novela sem deixar rastros.

Corte da primeira fase – a primeira fase da novela envolveu o telespectador. Para acelerar a história, os capítulos foram picotados. Erro da direção. Os cortes poderiam ter sido efetuados no miolo da trama e não em seu início.

Tenorio X Alcides – o adaptador alterou o rumo de Alcides no embate com Tenorio. Deixou de ser “capado”. Porém, não ficou claro o que, de fato, aconteceu. Foi apenas sugerido que sofreu estupro. Camuflado demais. Mais uma vez, amenizaram a conduta do vilão. A cena da morte de Tenorio também foi mal produzida. Com arma na mão, não reagiu ao ataque do peão.

Fabio Maksymczuk

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O remake de “Pantanal” chegou ao fim nesta sexta-feira (07/10). A novela da TV Globo, adaptada por Bruno Luperi, como já era previsto, não atingiu a mesma intensidade e repercussão da obra original escrita por Benedito Ruy Barbosa na TV Manchete. Mesmo assim, elevou os índices de audiência herdados da antecessora Um Lugar ao Sol na faixa mais nobre da TV brasileira.

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O adaptador seguiu o roteiro original. Fez mudanças pontuais com a inclusão de temas sociais, como racismo e homofobia. Luperi poderia ter trabalhado melhor a obra com alterações de rumos que foram obrigados a acontecer em 1990. A morte de Madeleine (Karine Teles) e a saída de Trindade (Gabriel Sater) poderiam ter sido alteradas.

Mesmo seguindo a obra e o texto original, os atores deram um novo tom aos personagens. É o caso de Alanis Guillen que enfrentou o maior desafio do remake ao viver Juma. Evidentemente, não entrou para a história da teledramaturgia brasileira, como ocorreu com Cristiana Oliveira que interpretou visceralmente a personagem. Mesmo assim, a jovem atriz cumpriu a missão. O mesmo aconteceu com Bella Campos que deu ar mais rancoroso e circunspecto à Muda, diferente da versão original. Também não comprometeu.

A direção artística de Rogério Gomes e Gustavo Fernandez (além da direção de Walter Carvalho, Davi Alves, Beta Richard, Cristiano Marques e Noa Bressane) fugiu da estética de Jayme Monjardim e equipe de 1990.  O remake fugiu da linha mais poética com cenas de exuberância da natureza da região do Mato Grosso do Sul. A direção seguiu uma linha mais pragmática. Cenas de sensualidade foram abolidas na nova versão. Retrato dos tempos atuais.

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A seguir, o nosso tradicional balanço final com os pontos positivos e negativos.

PONTOS POSITIVOS

Marcos Palmeira (José Leôncio) – um dos melhores trabalhos do ator na teledramaturgia. O ator mereceu incorporar o protagonista da novela das nove da TV Globo. Trouxe um ar mais doce a Zé Leoncio. Mais contemporâneo sem se desfazer das principais características do “rei do gado do Pantanal”.

Dira Paes (Filó) – Ótimo trabalho da atriz. Uma das personagens mais queridas da novela. Sua atuação no último capítulo foi impecável.

Isabel Teixeira (Maria Bruaca) – Isabel Teixeira foi a atriz que mais respeitou a composição da personagem da obra original de 1990. Ficou nítido que ela seguiu o caminho da atriz Ângela Leal. Conquistou ampla repercussão junto ao público.

Juliano Cazarré (Alcides) – o ator conseguiu imprimir a sua identidade ao peão. Incorporou a imagem de um homem viril, “bronco” e vingativo.

Osmar Prado (Velho do Rio) – uma das maiores alterações em relação à obra original. Desta vez, o ‘Velho do Rio” não foi interpretado pelo mesmo ator responsável por Zé Leoncio (no caso, Claudio Marzo que recebeu uma linda homenagem durante o remake). A experiência de Osmar Prado se fez presente no vídeo. A cena de despedida do Velho foi impecável no último capítulo.

José Loreto (Tadeu) – o melhor trabalho do ator na TV Globo. É bom ressaltar que ele foi um dos poucos atores que protagonizou cenas de sensualidade no remake. Muito seguro em cena com um personagem que poderia ter caído no estereótipo. Isso não ocorreu. Conquistou o carinho do telespectador.

Irandhir Santos (Joventino Leoncio/ José Lucas de Nada) –  impressionante a versatilidade desse ator. Emendou um trabalho ao outro sem deixar vestígios dos personagens em cena. Interpretou Alvaro, em Amor de Mãe, Joventino na primeira fase e Zé Lucas na segunda fase. Um trabalho completamente diferente um do outro.

Guito (Tibério) – grata revelação em “Pantanal”. Guito se destacou em seu primeiro trabalho de peso em telenovelas. Aproveitou a oportunidade.

Almir Sater (Eugênio) – outro ator egresso da obra original que sempre se destacava em suas cenas, principalmente na chalana ao longo do rio.

Gabriel Sater (Trindade) – também aproveitou a oportunidade ao viver o personagem que foi de seu pai na versão original. Belos encontros musicais da dupla.

Leandro Lima (Levi) – o ator aproveitou muito bem a oportunidade no remake. Também passou virilidade à novela.

Renato Goes (José Leôncio jovem) – mais um ótimo trabalho do ator em cena. Passou com brilhantismo o bastão a Marcos Palmeira.

Último capítulo – o último capítulo honrou a obra de Benedito Ruy Barbosa. Lindo e emocionante. Excelente. A intensidade se fez presente no desfecho da trama.

PONTOS NEGATIVOS

Tenório (Murilo Benicio) – tanto Bruno Luperi quanto Murilo Benicio tiraram a intensidade do vilão. O adaptador tentou “humanizar” o personagem com a história de vida pregressa do personagem (morte de seus pais). Porém, o rumo do vilão foi o mesmo da obra original. Ao mesmo tempo, Benicio construiu uma nova persona ao personagem e não seguiu o rastro do grande Antonio Petrin. O estilo do ator impregnou no vilão com uma postura mais introspectiva e também menos visceral. Tenorio era para ser odiado.

Jesuita Barbosa (Jove) – o ator intensificou a chatice de Jove. Perdeu a mão ao viver o mocinho da história. No remake, iniciou vegano. Elemento novo na construção. Depois, entrou em incoerência, durante o desenvolvimento da história, ao tornar-se líder do conglomerado que se baseia em carne bovina. Ele estava errado? Mal trabalhado. Além disso, o casal Jove e Juma não deu liga. Não encantou. Um era mais chato que o outro. Ficou cansativo. A TV Globo, até mesmo, tentou promover o casal antes da estreia em uma reportagem do Fantástico. A ficção teria migrado para a realidade? Desnecessário diante do noticiário que eclodiu durante a exibição da novela.

Selma Egrei (Mariana) – a atriz também intensificou a chatice de Mariana. Na versão original, Nathalia Timberg imprimia um ar aristocrático à personagem. Isso desapareceu no remake. Além disso, Mariana não envelheceu na transição das fases. Ficou estranho.

Julia Dalavia (Guta) – na versão original, Luciene Adami imprimia a imagem de uma mulher empoderada e à frente de seu tempo com a personagem Guta. Esbanjava sensualidade na tela. Todas essas características desapareceram na construção da atriz Julia Dalavia. Guta passou pela novela sem deixar rastros.

Corte da primeira fase – a primeira fase da novela envolveu o telespectador. Para acelerar a história, os capítulos foram picotados. Erro da direção. Os cortes poderiam ter sido efetuados no miolo da trama e não em seu início.

Tenorio X Alcides – o adaptador alterou o rumo de Alcides no embate com Tenorio. Deixou de ser “capado”. Porém, não ficou claro o que, de fato, aconteceu. Foi apenas sugerido que sofreu estupro. Camuflado demais. Mais uma vez, amenizaram a conduta do vilão. A cena da morte de Tenorio também foi mal produzida. Com arma na mão, não reagiu ao ataque do peão.

Fabio Maksymczuk

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