Na madrugada desta segunda-feira (dia 30) para terça-feira (dia 31), o canal de TV por assinatura Like exibe um especial que apresenta sua lista com os dez melhores filmes da década. O especial vai ao ar a partir da 0h.
Abaixo você confere a lista com os dez escolhidos. Não siga com a leitura se prefere descobrir enquanto assiste o especial.
10º lugar – Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro
Esta seleção apresenta os filmes em ordem cronológica. Assim, vamos começar com aquela superprodução que entrou 2010 com o pé na porta: “Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro”. Sequência de um dos maiores fenômenos do cinema nacional – “Tropa de Elite” – dirigido por José Padilha, a segunda parte se passa treze anos depois e traz de volta Wagner Moura. O agora coronel Nascimento é afastado do BOPE por causa de uma operação que deu errado. Mas ele vai parar na inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado e descobrir que o sistema esconde muito mais podridão. Se, antes, Nascimento combatia traficantes, desta vez, a luta é contra a milícia.
9º lugar – O Som ao Redor
Esse drama de suspense marcou a estreia do pernambucano Kleber Mendonça Filho na direção de longas de ficção. Ganhador do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de Melhor Roteiro Original, Kleber conta a história da instalação de uma milícia numa rua de classe média, na zona sul do Recife. Mas o que era pra dar um jeito na crescente onda de violência, aumenta a paranoia e a sensação de que algo ruim vai acontecer.
8º lugar – Tatuagem
“Tatuagem” também marca a estreia de Hilton Lacerda, outro pernambucano como diretor de longa de ficção. O filme se passa em 1978, na ditadura militar. Duas linhas narrativas se cruzam: uma é a do agitador cultural Clécio Wanderley, personagem do Irandhir Santos. Gay, ele tem ex-mulher, filho e lidera a trupe teatral “Chão de Estrelas”, que chama de “Moulin Rouge do Subúrbio”. A outra história é a do jovem soldado Fininha, papel de Jesuíta Barbosa. Militar e todo certinho, ele vai ter a vida transformada quando assiste a uma apresentação de Clécio no “Chão de Estrelas”. Os dois se envolvem e há uma colisão entre os mundos da repressão e do anarquismo libertário.
“Tatuagem” levou quatro prêmios no Festival de Gramado, entre eles, o de melhor filme. E mais quatro no Festival do Rio, incluindo melhor filme pelo júri popular.
7º lugar – O Lobo Atrás da Porta
Com roteiro e direção do paulista Fernando Coimbra, o filme se baseia numa tragédia real, o caso da “Fera da Penha”, que chocou o Brasil. Milhem Cortaz e Fabíula Nascimento formam o casal Bernardo e Sylvia. Quando a filha deles desaparece, vão à delegacia e são interrogados pelo delegado vivido por Juliano Cazarré. É aí que vem à tona um triângulo amoroso. E o outro vértice fica por conta de Rosa, personagem da premiada Leandra Leal.
Todos são interrogados separadamente, inclusive Rosa. Os depoimentos são contraditórios e a investigação vai desembaraçando uma teia de mentiras, paixões, ciúmes e vingança. “O Lobo Atrás da Porta” foi vencedor de oito categorias no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, incluindo Melhor Filme e Diretor.
6º lugar – Casa Grande
O drama explora a questão dos privilégios de classe de uma elite decadente do Rio de Janeiro. Suzana Pires e Marcelo Novaes interpretam um casal da alta burguesia carioca que está falindo, mas não perde a pose. Eles cortam gastos, tentam esconder a crise que estão vivendo, mas o aperto começa a afetar diretamente os seus filhos. E, quando a bolha estoura, os jovens vão se libertar da superproteção dos pais e conhecer uma nova realidade. “Casa Grande” ganhou o Prêmio do Público nos Festivais do Rio e no de Toulouse, na França.
5º lugar – Que Horas Ela Volta?
Outro longa da lista que também lida com o abismo social entre classes é “Que Horas Ela Volta?”, escrito e dirigido pela paulistana Anna Muylaert. Na pele da pernambucana Val, Regina Casé se muda para São Paulo pra trabalhar em casa de família. Ela batalha uma vida melhor pra sua filha Jessica, papel de Camila Márdila. Passado algum tempo, Jessica liga dizendo que precisa prestar vestibular na cidade e vai ficar com a mãe.
Assim que chega, a jovem se revolta com a postura subserviente da mãe e questiona a ordem das coisas na casa dos patrões da Val. Os códigos de hierarquia entre a “casa grande” e a ala dos serviçais são demais para o orgulho e a ambição de Jéssica, o que provoca uma série de conflitos entre mãe e filha.
4º lugar – Praça Paris
Qual é o limite da empatia? Essa é uma das questões levantadas em “Praça Paris”, longa que traz outro choque de realidades. Trata-se de um drama com um toque de suspense dirigido pela carioca Lucia Murat, escrito por ela em parceria com Raphael Montes. Em uma interpretação luminosa, Grace Passô vive Glória, uma ascensorista da UERJ. Joana de Verona faz uma terapeuta portuguesa que faz uma pós-graduação sobre violência na UERJ.
Joana inicia uma relação de terapeuta e paciente com Glória. Durante as sessões fica sabendo que a moradora do Morro da Providência é filha de um pai que abusou dela na infância. Além disso, Glória tem um irmão que está na cadeia, mas é um perigoso chefe do tráfico que ainda exerce uma enorme influência sobre a vida de sua paciente. A estrangeira vai testar os limites da própria curiosidade antropológica diante de uma cidade tão desigual, hostil e em constante transformação.
3º lugar – O Animal Cordial
Do suspense vamos para o thriller de terror. O longa tem roteiro e direção da paulistana Gabriela Amaral Almeida e se passa em um restaurante de classe média em São Paulo. Ali, vemos a dinâmica entre a clientela heterogênea, o dono do estabelecimento e seus funcionários. Até que o lugar é invadido por dois ladrões armados e violentos.
Murilo Benício vive Inácio, o dono do restaurante, um chefe cordial. Só que, pressionado ao limite, ele vai mostrar o que se esconde por baixo daquele verniz de civilidade. Além de Benício, o elenco traz grandes desempenhos de Luciana Paes, Ernani Moraes, Camila Morgado e Irandhir Santos.
2º lugar – Benzinho
“Benzinho” foi dirigido pelo carioca Gustavo Pizzi, que escreveu o roteiro com sua ex-esposa e estrela do filme, Karine Teles. Ela faz Irene, que vive as alegrias e ansiedades típicas de uma mulher comum de classe média. O filho mais velho é convidado pra jogar handebol na Alemanha e isso lhe rende uma baita angústia. Mas ela ainda tem que dar força ao marido, personagem de Otavio Muller, que atravessa uma crise profissional.
Outra que conta com seu auxílio é a irmã, papel de Adriana Esteves, que sofre com uma relação violenta. Isso sem falar nos outros filhos pequenos. O detalhe é que os caçulas são filhos de Karine e Gustavo Pizzi. Ex-casal, eles agora são parceiros artísticos e venceram em seis categorias do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Incluindo Melhor Atriz, Direção, Filme e Roteiro Original.
1º lugar – Bacurau
“Bacurau” é um dos filmes mais falados do momento. Foi escrito e dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Os moradores de Bacurau descobrem que o seu pequeno povoado, localizado no sertão brasileiro, literalmente sumiu do mapa. E isso coincide com a chegada de estrangeiros misteriosos que parecem aficionados por um esporte radical que pode colocar em risco a vida naquele lugar.
Com um elenco bem eclético, que inclui o alemão Udo Kier e a diva brasileira Sônia Braga, “Bacurau” fez história por ser o primeiro filme nacional a ganhar o Prêmio do Júri no Festival de Cannes.