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    Canal Brasil exibe trilogia que debate a reforma agrária no Brasil

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    A cineasta Tetê Moraes deu início, em 1985, a uma trilogia de obras sobre a ocupação por parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da Fazenda Annoni, no Rio Grande do Sul.

    Presente no cotidiano dos militantes, a diretora buscou majoritariamente as vozes femininas e encontrou na figura de Roseli Celeste a interlocutora ideal para explicar as motivações e os desejos dos trabalhadores rurais e batizou sua primeira película de Terra para Rose (1987).

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    Depois de uma década, a realizadora retornou aos assentamentos dos camponeses para rodar O Sonho de Rose – 10 Anos Depois… (2000) e concluiu a sequência de obras com Fruto da Terra (2008), sobre o filho da protagonista, hoje um médico bem-sucedido.

    A trilogia será exibida nos dias 20 e 21 de junho. Terra para Rose abre o especial no dia 20, às 18h. O documentário registra a ocupação da fazenda Annoni, no Rio Grande do Sul, em 1985, por um grupo de 4 mil agricultores. Considerada improdutiva, a propriedade de 8 mil hectares havia sido desapropriada pelo Governo Federal em 1975. No entanto, a demora em encontrar uma solução para o assentamento das famílias acelerou a tomada da terra pelos camponeses. É sob essa ótica que, um ano após a ocupação, a cineasta Tetê Moraes investiga os problemas agrícolas presentes no Brasil, as políticas de reforma agrária, a lentidão da justiça e o MST – na época das filmagens, em fase incipiente.

    No dia 21 será exibido Sonho de Rose – 10 Anos Depois… (18h). Em 1996, dez anos após rodar o longa Terra para Rose (1987), a cineasta Tetê Moraes retorna ao assentamento de camponeses da fazenda Annoni, no Rio Grande do Sul, para saber o que aconteceu ao acampamento e aos trabalhadores que ali habitavam. Paralelamente, resgata a história de Rose, agricultora que se mudou para o local com o marido e os três filhos e que teve um destino trágico: foi atropelada por um caminhão durante uma manifestação em favor da reforma agrária, na rodovia BR-386 em outubro de 1987, e se tornou símbolo do movimento de luta pela terra. Usando flashbacks, a diretora resgata imagens do filme Terra para Rose (1987) e aborda o crescimento surpreendente do assentamento, revelando a forma como a região se desenvolveu.

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    Fruto da Terra fecha o especial (19h35). O curta-metragem sobre o primeiro bebê nascido na Fazenda Annoni conclui a chamada Trilogia da Terra, idealizada pela cineasta Tetê Moraes, sobre a luta de 1,5 mil famílias pela reforma agrária no sul do país. Roseli Celeste – que emprestou seu nome aos primeiros filmes da sequência, Terra para Rose (1987) e O Sonho de Rose – 10 Anos Depois… (2000) – morreu pouco tempo após dar à luz ao pequeno Marcos, então com apenas um ano e quatro meses de idade. Em uma de suas falas, a ativista pede que sua luta não seja em vão. A mulher não viu, mas sua batalha culminou com a conquista da terra e de novas oportunidades de vida. Com 22 anos em 2008, Marcos foi agraciado com uma bolsa estudos para uma faculdade de Medicina, em Cuba. Mais de duas décadas após o início dessa história, a cineasta relata uma trajetória de superação de desigualdades e injustiças, marginalização e miséria.

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