Com a contratação de Carlos Andreazza, que estreou na Rádio Band News FM nesta segunda-feira, 12 de agosto, a emissora – bem como o Grupo Bandeirantes – assume um evidente papel: angariar o público que passou a ser crítico ao governo Bolsonaro. A recente contratação de nomes do Grupo Jovem Pan, como Marco Antônio Villa, Marcelo Madureira e, agora, Andreazza, mostra que a BAND optou por tornar mais clara sua postura em relação ao governo – bem similar à do Grupo Globo, que vem fazendo críticas (e sátiras) diárias em seus diversos meios.
Até meados de maio deste ano, o Grupo Bandeirantes demonstrava ter alguma proximidade com medidas do governo – como quando defendeu o decreto de porte de armas, por meio de um editorial lido pelo jornalista Rafael Colombo no “Jornal da Band”. Mais recentemente, em meio a algumas das dezenas de polêmicas envolvendo Bolsonaro e seus filhos, o Grupo parece ter decidido assumir uma oposição – salvo uma ou outra exceção.
Diariamente, por exemplo, o jornalista Reinaldo Azevedo faz duras críticas a Bolsonaro em seus programas e coluna na Band News FM. Mas… para quem não se lembra, ainda quando era colunista no principal telejornal da RedeTV, Reinaldo assumia também uma postura crítica ao PT e a uma eventual candidatura de Lula à presidência, em 2018. Andreazza também criticou no passado a tentativa de candidatura de Lula, onde dizia enxergar vitimização do partido – no entanto, naquela época, ele não acreditava na prisão do ex-presidente, o que de fato aconteceu. Hoje, ambos são vistos por (boa parte dos) defensores de Bolsonaro como inimigos, por serem críticos ao governo.
E para você: as emissoras – de rádio, TV ou via internet – devem assumir posições políticas, ou o debate crítico deve acontecer de maneira equilibrada, em todos os veículos?
Existe mídia isenta?