Na última terça-feira, 6 de agosto, o jornalista Carlos Andreazza anunciou a sua demissão da rádio Jovem Pan, onde comandava o programa “3 em 1”, no ar no final da tarde. A saíde de Andreazza mostra, mais uma vez, a metamorfose pela qual o jornalismo da rádio tem passado nos últimos meses – em especial, desde a eleição de Jair Bolsonaro. Metamorfose esta que já tirou do ar Marcelo Madureira, Marco Antônio Villa, Joel Pinheiro, entre outros – taxados por uma parcela do público como esquerdopatas, simplesmente por serem vozes anti-governo.
A imagem que ilustra este texto mostra um pouco da metamorfose de uma rádio que se tornou “a voz” anti-corrupção, anti-esquerda e, principalmente, anti-PT. E que, a cada dia, se torna uma rádio declaradamente voltada à direita (com um disfarcezinho aqui, outro ali…). A midiática Joice Hasselmannnnnn, ex-apresentadora da rádio, é hoje deputada – eleita na chapa de Bolsonaro, vale recordar. Felipe Moura Brasil foi catapultado a diretor de jornalismo da Jovem Pan – uma responsabilidade e tanto nos sombrios tempos atuais. E Augusto Nunes, por ora, permanece como comentarista.
Ambos têm em comum o uso de expressões inflamadas para agradar à audiência que pende para a direita – como se referir a Lula como “o ex-presidente presidiário” ou a Dilma como “criminosa“, máquina de frases engraçadas, etc, etc. Já quando o assunto é avaliar ou criticar o governo atual, bem… é melhor que isto fique para um só alvo:
Vera Magalhães, a única ‘sobrevivente’ da formação original do “3 em 1” (update – que contou também com Patrick Santos).
Que vozes dissonantes como a de Vera sobrevivam – pelo bem da democracia e da credibilidade da Jovem Pan.