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    “Jovens Amantes”: A efemeridade da paixão e os palcos da vida

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    Nesta quinta-feira, 3 de julho, os cinemas brasileiros recebem “Jovens Amantes”, filme da diretora Valeria Bruni Tedeschi que mergulha nas efervescentes paixões e conflitos da juventude. Com um título que ganha diferentes nuances em suas traduções — do original “Les Amandiers” (referência ao Théâtre des Amandiers) ao inglês “Forever Young” (foco nas batalhas da juventude), e o português que realça a paixão, a obra nos convida a uma jornada intensa, mas não isenta de questionamentos.

    A polêmica envolvendo a participação do ator Sofiane Bennacer, acusado de violência sexual e assédio por quatro mulheres, e seu relacionamento com a diretora na época das gravações, certamente lança uma sombra sobre a produção. No entanto, é importante analisar a obra por seus méritos e falhas intrínsecos.

    O filme nos transporta para o final da década de 1980, onde Stella, Victor, Adèle e Etienne, todos na casa dos 20 anos, tentam a sorte no rigoroso exame de admissão da renomada escola de atuação criada por Patrice Chéreau e Pierre Romans no Théâtre des Amandiers. Uma vez aprovados, eles são arremessados em um turbilhão de vida, paixão e amor, experimentando o ponto de virada de suas vidas, mas também sua primeira tragédia.

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    Temas Sensíveis e Conflitos Latentes

    Um dos grandes trunfos de “Jovens Amantes” é sua coragem em provocar a discussão sobre temas sensíveis, como AIDS, uso de drogas e abusos. A narrativa é permeada por conflitos marcantes, como a recusa de um jovem em fazer o teste de HIV, mesmo após o diagnóstico da esposa, explorando a tensão filosófica entre o saber e a confirmação. Essa abordagem direta e sem pudores força o espectador a confrontar realidades difíceis da época e, infelizmente, ainda muito presentes.

    Outro ponto de atrito na trama surge entre as figuras de autoridade: Patrice Chéreau, o aclamado diretor do Teatro, e Pierre Romans, relegado à direção da escola. O que se inicia como um aparente conflito de egos, com momentos de ironia em relação às suas posições, aprofunda-se e revela uma complexa dinâmica de ex-amantes, adicionando camadas inesperadas à hierarquia institucional.

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    Exageros e Distanciamento

    O filme não economiza no uso de drogas, lícitas ou ilícitas. São pouquíssimas as cenas em que não há pelo menos um cigarro sendo tragado, um reflexo talvez do comportamento da época, mas que pode se tornar repetitivo para o espectador.

    O comportamento dos jovens artistas, por sua vez, alterna entre o eloquente e o histriônico. Os 12 alunos que “sobrevivem” à suposta seleção rigorosa (reduzindo um total de 40 candidatos) ocupam a tela com uma expressividade que, por vezes, chega a incomodar. Há um certo distanciamento entre esses jovens intensos e o público, talvez precisamente pelo exagero das emoções vividas por eles. A máxima “viva rápido, morra cedo” parece ser levada a cabo de forma literal, resultando em uma experiência que, embora impactante, deixa um sabor agridoce de que algo mais profundo poderia ter sido explorado na conexão com a audiência.

    “Jovens Amantes” é, no fim das contas, um retrato cru de uma juventude que vive à flor da pele, navegando por paixões avassaladoras e tragédias iminentes. É um filme que instiga a reflexão sobre os excessos, os medos e as complexidades de uma geração que se jogava de cabeça nos palcos da vida. Será que você se sentirá conectado a essa intensidade?

    Nesta quinta-feira, 3 de julho, os cinemas brasileiros recebem “Jovens Amantes”, filme da diretora Valeria Bruni Tedeschi que mergulha nas efervescentes paixões e conflitos da juventude. Com um título que ganha diferentes nuances em suas traduções — do original “Les Amandiers” (referência ao Théâtre des Amandiers) ao inglês “Forever Young” (foco nas batalhas da juventude), e o português que realça a paixão, a obra nos convida a uma jornada intensa, mas não isenta de questionamentos.

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    O filme nos transporta para o final da década de 1980, onde Stella, Victor, Adèle e Etienne, todos na casa dos 20 anos, tentam a sorte no rigoroso exame de admissão da renomada escola de atuação criada por Patrice Chéreau e Pierre Romans no Théâtre des Amandiers. Uma vez aprovados, eles são arremessados em um turbilhão de vida, paixão e amor, experimentando o ponto de virada de suas vidas, mas também sua primeira tragédia.

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    Um dos grandes trunfos de “Jovens Amantes” é sua coragem em provocar a discussão sobre temas sensíveis, como AIDS, uso de drogas e abusos. A narrativa é permeada por conflitos marcantes, como a recusa de um jovem em fazer o teste de HIV, mesmo após o diagnóstico da esposa, explorando a tensão filosófica entre o saber e a confirmação. Essa abordagem direta e sem pudores força o espectador a confrontar realidades difíceis da época e, infelizmente, ainda muito presentes.

    Outro ponto de atrito na trama surge entre as figuras de autoridade: Patrice Chéreau, o aclamado diretor do Teatro, e Pierre Romans, relegado à direção da escola. O que se inicia como um aparente conflito de egos, com momentos de ironia em relação às suas posições, aprofunda-se e revela uma complexa dinâmica de ex-amantes, adicionando camadas inesperadas à hierarquia institucional.

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    O filme não economiza no uso de drogas, lícitas ou ilícitas. São pouquíssimas as cenas em que não há pelo menos um cigarro sendo tragado, um reflexo talvez do comportamento da época, mas que pode se tornar repetitivo para o espectador.

    O comportamento dos jovens artistas, por sua vez, alterna entre o eloquente e o histriônico. Os 12 alunos que “sobrevivem” à suposta seleção rigorosa (reduzindo um total de 40 candidatos) ocupam a tela com uma expressividade que, por vezes, chega a incomodar. Há um certo distanciamento entre esses jovens intensos e o público, talvez precisamente pelo exagero das emoções vividas por eles. A máxima “viva rápido, morra cedo” parece ser levada a cabo de forma literal, resultando em uma experiência que, embora impactante, deixa um sabor agridoce de que algo mais profundo poderia ter sido explorado na conexão com a audiência.

    “Jovens Amantes” é, no fim das contas, um retrato cru de uma juventude que vive à flor da pele, navegando por paixões avassaladoras e tragédias iminentes. É um filme que instiga a reflexão sobre os excessos, os medos e as complexidades de uma geração que se jogava de cabeça nos palcos da vida. Será que você se sentirá conectado a essa intensidade?

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