É, caros leitores. As coisas não andam muito bem para o lado da Turner no Brasil. Depois de pegar todo o mercado (incluindo funcionários e assinantes) de surpresa e anunciar o fim dos canais Esporte Interativo, a programadora se vê em uma tremenda saia justa.
De acordo com o jornalista Flavio Ricco, do Uol, as principais operadoras do país estão descontentes com o modo que a Turner lidou com a situação. As empresas também foram pegas de surpresa e agora tem um prazo curtíssimo para encontrar uma solução junto a seus assinantes que contrataram um produto e ficarão sem aquele conteúdo. Acredita-se que o número de pedidos de descontos possa ser alto.
Mas como nada que já está ruim não possa piorar um pouco… a bagunça pode aumentar um pouquinho mais. Ainda de acordo com Flavio Ricco, a Turner estaria estudando criar uma nova marca para receber a programação esportiva e assim cumprir o acordo contratual com operadoras e eventos (vale lembrar que já há times brasileiros estudando um meio de romper o contrato firmado com o EI para o brasileirão). Nisto, poderia surgir um novo canal chamado "Space Sports".
Seria a solução? Pode ser, mas para que lançar um nova marca se o grupo já possui uma outra em toda a América Latina? Lá fora, os assinantes tem acesso ao canal TNT Sports. Se o problema era a nacionalidade do Esporte Interativo para a aprovação dos processos de fusão que envolvem Turner e AT&T, criar uma nova marca não resolveria necessariamente isto. Além disto, já que estariam estudando a criação deste "novo" canal, por que não usar a marca que já é utilizada nos países vizinhos e uniformizar comunicação, identidades e etc?
Vale lembrar que a Turner não é vista no Brasil como uma programadora essencialmente preocupada com os assinantes ou com qualidade. Canais como CNN e CNN en Español ainda vivem na idade da pedra e sequer são transmitidos no formato 16:9. Sinal em HD? Não é preocupação deles. Lembra do TNT HD? O canal só tinha HD no nome, a programação era toda feita de um "upscalling". Ainda hoje, a programadora faz isto com o TruTV.
O que há no momento é um silêncio total. Em cerca de 30 dias os canais deixam de existir e até lá resta ignorar o ciclo de reprises intermináveis que as três versões do EI estão fazendo.
Muito se discute sobre as mudanças no mercado da TV por assinatura, mas uma coisa é certa: a Turner é, sem dúvida, uma das programadoras que mais ficaram perdidas no tempo. Enquanto, acreditarem que o mercado ainda funciona como na década de 80, o que veremos é mais coisas assim.